07 de dezembro de 2025
Geral

TENHO TRABALHO, MAS SOU PROIBIDO DE TRABALHAR

Carlos Alberto Baptistella
| Tempo de leitura: 2 min

Tenho 47 anos, sou pai de família e cinco pessoas dependem de mim, ou seja do meu trabalho que há mais de 30 anos tenho feito com dignidade, mas nos últimos meses está sendo censurado pelas autoridades. Este trabalho em que estou no ramo há cinco anos é conhecido como fretamento de Van. Sou chamado de perueiro vulgarmente, é minha profissão, mas resolvi ser autônomo. Sou proprietário do meu veículo que é um grande investimento e presto serviço para grandes empresas, famílias para viagens a passeio, estudantes e outros. Tenho todos requisitos para guiar com segurança mas não consigo trabalhar.

No nosso Estado de São Paulo, temos um órgão chamado DER que é responsável pela segurança das estradas e fiscalização de veículos que transitam ilegalmente. Eu, como motorista de Van, sou considerado motorista ilegal, ou seja, mesmo com todos meus tributos pagos como manda a lei, sou parado pela fiscalização, sou abordado de maneira nada educada e com muito deboche, sou penalizado dentro das leis cabíveis sem sequer poder me explicar ou mesmo justificar minha infração se é que pode ser considerada como infração. Tenho estudo técnico e sou tratado como analfabeto. Em respeito a todos profissionais que devem exercer sua profissão com dignidade e amor, não quero por meio deste desabafo criticar o DER e sim pedir uma explicação, ajuda para legalizarmos nossa situação que é legalizada nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul entre outros. Quero poder trabalhar com sossego, saber que saio da minha casa, deixo minha família em noite de Natal, Ano Novo... para dar condições melhores de vida, mas ter certeza que voltarei sem ser preso, sem perder o veículo, enfim voltar com paz e dando o sustento à minha família. Senhores políticos bauruenses ou mesmo da região, me escutem. Sei que acabaram as eleições, mas nossa classe apoiou alguns de vocês, e vocês sabem disso. A imprensa que queira nos ajudar me procure, estou apelando por este desabafo, pois não estou acreditando nesta situação que estou vivendo nesta altura da fase da minha vida. Tenho família. Sou brasileiro e quero ter orgulho de poder dizer que sou paulista e não acreditar que é melhor comprar uma arma e sair roubando do que trabalhar com dignidade. Em nome de todas as famílias que dependem do mesmo trabalho, queremos trabalhar! (Carlos Alberto Baptistella - RG. 6.360.300)