Criança morreu sob as rodas de caminhão, na Vila Nova Esperança. Motorista disse que ela surgiu de repente
O trânsito urbano de Bauru fez mais uma vítima fatal ontem, a segunda desta semana. O menino Bruno Rafael da Silva, 7 anos, foi atropelado e morto em uma das ruas mais movimentadas da Vila Nova Esperança. A família e o motorista que atropelou a criança entraram em estado de choque e tiveram que passar por atendimento médico.
Na quarta-feira, uma mulher morreu atropelada na quadra 17 da avenida Nações Unidas. O acidente, ontem, aconteceu por volta das 9 horas. O acidente envolveu o caminhão F-4000, tipo furgão, dirigido por Aparecido Leme da Silva, que trafegava pela rua Sargento José dos Santos, no sentido bairro/Centro. O atropelamento ocorreu próximo do cruzamento com a rua Cássio Augustos Villaça.
O menino foi atingido pela lateral direita do caminhão e sua cabeça teria batido no capô e na grade de proteção do radiador do veículo. Com o impacto, o corpo da vítima foi arremessado sob o caminhão, que teria passado com as rodas traseiras sobre a cabeça dela. Não houve tempo para socorrer o menino, que morreu no local.
A morte da criança chamou a atenção no bairro. Moradores das imediações se aglomeraram para ver a tragédia. A polícia teve dificuldades para afastar os curiosos.
O açougueiro Heitor Marcelo Monteiro foi a única testemunha do acidente que se apresentou à polícia. Ele contou que estava recebendo carnes do frigorífico quando houve o atropelamento. O caminhão ia descendo e o menino atravessou correndo na frente, disse.
O corpo do menino, segundo ele, ficou embaixo do caminhão. Foi arrastado e as rodas traseiras do caminhão passaram sobre a sua cabeça, contou. O motorista do caminhão e seu ajudante, um adolescente, ficaram em estado de choque. O advogado da empresa para qual Silva trabalha, Jefferson Barbosa, falou em nome deles.
De acordo com o advogado, o caminhão havia saído da empresa, localizada a cerca de 300 metros do local, e descia a rua Sargento José dos Santos. Ele foi surpreendido com a travessia do menino. A criança teria atravessado correndo, acredita.
O condutor teria tentado evitar o atropelamento, de acordo com o advogado. Ele freiou e puxou o caminhão para a esquerda, mas o canto direito do caminhão atingiu-o, contou. A criança teria caído sob o caminhão e uma das rodas traseiras teria passado sobre a sua cabeça, não dando nem tempo para socorro. O motorista tentou socorrê-lo, mas ele já estava morto, afirmou o advogado.
O delegado titular do 1.º Distrito Policial, Ronaldo Divino, esteve no local do acidente e acompanhou o trabalho da perícia. Os técnicos fizeram levantamento do local e das circunstâncias. Vamos apurar as circunstâncias do acidente. O laudo pericial é que vai fornecer subsídios para as providências, disse.
Silva foi autuado em flagrante por homicídio culposo (sem a intenção) na modalidade imperícia, uma vez que possuía habilitação na categoria B, que não permitia que ele dirigisse aquele tipo de veículo. Ele pagou uma fiança de R$ 800,00 e vai responder o inquérito em liberdade, explicou. Divino disse que também enviará uma cópia do flagrante à Ciretran, para processo no âmbito administrativo. Dependendo da apuração do processo, o motorista poderá sofrer punições previstas no Código de Trânsito Brasileiro.
Filho do meio
Bruno Rafael da Silva morava com a família na quadra 18 da rua São Sebastião, a cerca de 200 metros do local do acidente. O menino, segundo a avó, Antônia Maria de Jesus, era filho do meio. Eles estão morando comigo. Ele tinha mais quatro irmãos, contou.
A avó, muito chocada com o acidente, explicou que a vítima gostava de comprar guloseimas, sempre que conseguia ganhar uma moedinha. Eles estavam todos em casa. De repente, a mãe dele percebeu que ele tinha saído, ao mesmo tempo que ouviu a sirene do Resgate (do Corpo de Bombeiros). Eu não sei porque ele saiu de casa, lamentou a avó.
A mãe do menino, Elizandra Croco, acompanhada por outro filho, foram correndo para o local do acidente e depararam-se com a cena trágica, segundo a avó. A mãe entrou em estado de choque e o pai, Lourival Aparecido da Silva, também. Ambos foram medicados no local.