08 de dezembro de 2025
Geral

Mais dinheiro para a saúde

(*) N. Serra
| Tempo de leitura: 2 min

No momento em que a carência de medicamentos nos postos de saúde é polemizada, com uns tentando minimizar as dificuldades e as conseqüências do problema, e, outros, procurando infantilmente transferir para terceiros a culpa da anomalia, chega à mídia a acusação de que no Estado de São Paulo se reduziram mais, significaticamente até, nos últimos anos, os gastos de capital com a saúde pública. A denúncia aponta como conseqüência do decréscimo das verbas destinadas à assistência à saúde pública, um preocupante aumento da mortalidade infantil e do número de bebês nascidos com pouco peso (menos de 2.500 gramas), seres potencialmente predispostos então a óbito antes de completarem o primeiro ano de vida.

A denúncia bem que poderia ser tomada como ponto de partida para uma total e imediata mudança da mentalidade implantada pelos governos que já passaram pela pilotagem da nau brasileira. Jamais essas administrações colocaram o assunto em posições prioritárias, de sorte a contemplá-lo com os cuidados que ele reclama e até exige como elemento de preservação do vigor físico e mental da população. A preocupação dos governos nunca se voltou, realmente, para esse aspecto administrativo, preterindo-o, criminosamente, a benefício de investimentos geradores, a curto prazo, de status fáceis e envaidecedores, isto porque, certamente, nunca nenhum presidente, governador, ministro, secretário, senador, deputado, prefeito e vereador necessitou sair correndo, com o filhinho morrendo nos braços, à busca de assistência dos centros de saúde e, em lá chegando, ter de esperar horas a fio pelo médico, que demora em abrir-lhe a porta, ou pelo remédio caro, que ele não pode comprar e o Estado nem sempre tem para lhe fornecer. Urge, por isso, que a filosofia governamental do País seja reformulada, visando a uma inteligente e sensata aplicação das verbas orçamentárias e, nessa imprescindível linha, a saúde pública terá de figurar no primeiro plano, sobrepairando a investimentos inconseqüentes e subalternos. Não é a saúde o maior bem desejado por todos? Sem dúvida, e, conseqüentemente, requer seja olhada com carinho e ampla responsabilidade, para que se tenha uma Nação tão sadia quanto se deseja. É a nossa opinião.

(*) O autor, N. Serra, é jornalista responsável do JC e delegado regional da Associação Paulista de Imprensa e da Ordem dos Velhos Jornalistas do Estado.