07 de dezembro de 2025
Geral

Batalha está operando no limite

Ieda Rodrigues
| Tempo de leitura: 2 min

As estiagens em anos anteriores, o aquecimento global da Terra e a degradação ambiental estão prejudicando o rio.

A redução do volume de água nos últimos três anos durante o verão é um sinal claro de que o rio Batalha está no seu limite. Neste ano, como não houve nenhuma estiagem prolongada, não era esperada que o rio apresentasse queda na vazão. No entanto, o rio está sofrendo perdas.

Ivan Alexandre Ferrazoli, secretário executivo do Instituto Ambiental Vidágua, acredita que o fenômeno é resultado do aquecimento global do Planeta, de estiagens prolongadas em anos anteriores e da degradação ambiental. Para ele, a saída para a crise de água não é apenas a utilização de outro rio, mas sim educar e conscientizar as pessoas a não desperdiçarem.

Há dados nacionais de que uma pessoa precisa de cerca de 200 litros de água por dia. Porém, o consumo médio por pessoa costuma ser maior. Na opinião de Ferrazoli, o Departamento de Água e Esgoto (DAE) precisa investir em conscientização. Hoje os maiores índices de desperdício que vemos na cidade e contra o qual não se pode fazer nada legalmente é lavar a calçada com jato dágua. As pessoas esqueceram que a vassoura serve para varrer, disse.

O secretário executivo do Vidágua ressalta que o DAE também precisa reduzir as suas perdas - atualmente na casa dos 25%. Ele lembrou que a autarquia há tempos anunciou a reforma da ETA, mas até agora as obras não começaram. Até o início da década de 90 as pessoas tinham a água como um bem infinito porque a Terra tem dois terços de água. Mas as pessoas esquecem que 97% são água salgada e dos 3% de água doce, 2,5% são geleiras. Então, temos apenas 0,5% para consumo, frisou.

A degradação ambiental também pode estar colaborando para a redução do volume do rio Batalha, de acordo com Ferrazoli. Ele explicou que o reflorestamento nas nascentes do rio, que está sendo feito pelo Fórum Pró-Batalha nos últimos anos, vai trazer resultados a médio e longo prazos.

Ferrazoli lembrou que o plantio de mudas no Batalha - de quase 150 mil mudas - ajudou no desassoreamento de uma das três nascentes do rio. No entanto, segundo ele, uma das nascentes já morreu e outra precisa ser recuperada.