07 de dezembro de 2025
Geral

Rei morto, rei posto!

(*) N. Serra
| Tempo de leitura: 2 min

Estamos a um ano do pleito com que a Nação deverá renovar a sua presidência e seu Congresso e o atual chefe do Governo já está se posicionando como rei morto, ou seja, fora do poder, a julgar-se pela corrida que vem iniciando tendo em mira reformar seu campo ministerial. O objetivo primeiro é reorganizar sua base de apoio na Câmara e no Senado e preparar o Governo para as conjunturas eleitorais. Até dezembro, que não se situa muito distante, pretende Sua Excelência substituir cinco ministros, no mínimo, mas já está pensando em nomes substitutos para os outros ministérios, o que, de acordo com a sua aspiração, deverá acontecer até março-2002. Há a intenção precípua de serem colocados ministros-substitutos que rezem o mesmo evangelho dos que venham a deixar as pastas em que se encontram, a fim de que os programas em andamento não sofram solução de continuidade. Contudo, conforme testemunha a opinião pública, nem todos os órgãos vêm atuando segundo as necessidades setoriais, percebendo-se falhas gritantes em vários deles, refletidas em merecidas críticas parlamentares não-ouvidas, infelizmente, pelos condutores das respectivas pastas, o que tem sido apontado como motivo fundamental da grande oposição reinante contra o Executivo. Sobra disso, então, a convicção de que substituir um titular que falha berrantemente por outro que deverá tomar o mesmo caminho, deixando, portanto, de acudir aos lídimos anseios da coletividade, é medida que não terá nenhum agasalho da oposição e, principalmente, da sociedade que há muito tem engatilhada na garganta, pronta para ser detonada, uma saraivada de petardos realmente ferinos, capaz de desmentir inquestionavelmente as pesquisas de acordo com as quais estaria o presidente com a maior parte dos afagos populares. Faça, então, o grande chefe tribal, substituições que não só favoreçam as esperanças eleitorais que carrega no âmago, mas, também, em medida maior, aos interesses administrativos do País, a fim de que não venha a deixar amplas culturas de ananases ácidos ou deteriorados para o imediato usufruto do rei que vier a ser posto... Há muito desacerto para ser consertado no território que Cabral nos legou. E urge ser reparado sem mais delongas, pois, a se deixarem as coisas erradas, estará precisando ser descoberto novamente! É a nossa opinião.

(*) O autor, N. Serra, é o jornalista responsável do JC e delegado regional da Associação Paulista de Imprensa e da Ordem dos Velhos Jornalistas do Estado.