A importância de que as ocorrências de furto em interiores de veículos sejam notificadas à polícia é que a intensificação das fiscalizações baseia-se nas estatísticas. A informação é do capitão Manoel Messias Mello, comandante da 7.ª Companhia da Polícia Militar (PM).
O capitão explica que, com base no trabalho de análise estatística de dados, o policiamento é intensificado nos pontos mais críticos da cidade, onde são registradas mais ocorrências.
O policiamento velado (em que os policiais militares não utilizam fardas) e a Força Tática também são outras estratégias da PM no combate ao furto em interiores de veículos. Intensificamos o policiamento e a verificação de suspeitos nas principais ruas e horários em que os furtos acontecem, expõe.
A PM também tem aumentado as abordagens a motos, devido à observação de que muitos furtos são realizados com duas pessoas a bordo de uma motocicleta: uma delas desce do veículo e furta o aparelho de um carro, enquanto a outra aguarda para que a fuga seja mais ágil.
Os principais locais em que os furtos em veículos são realizados são ruas com iluminação deficiente; área central da cidade à noite; e regiões com grande acúmulo de veículos estacionados, como casas noturnas, igrejas, clubes, estádios e festas.
Mercado negro
O delegado José Jorge Cardia, titular da Delegacia de Investigações Gerais/Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto (DIG/Garra), afirma que a maior parte das pessoas que furtam veículos é viciada em crack. Elas trocarim com os traficantes as mercadorias pela droga.
O trabalho da DIG/Garra no combate ao furto em veículos consiste na identificação dos autores do furto e dos possíveis receptadores.
De acordo com o delegado Renato Cagnacci, titular do 2.º Distrito Policial (DP), nos casos de apreensão de toca-fitas e toca-CDs furtados é muito difícil fazer o reconhecimento para a devolução do objeto ao proprietário. Os aparelhos são parecidos e as diferenças ficam por conta apenas da marca e da série.
Segundo Cagnacci, muitos veículos são adquiridos com o equipamento de som e, por isso, os proprietários não possuem nota da numeração de série do aparelho.
A numeração de série, o boletim de ocorrência com informações como data e local do furto e marcas feitas pelo proprietário que identifiquem o aparelho facilitam na hora da devolução, segundo o delegado. Marcas características ajudam, reforça Cagnacci.
Nas apreensões feitas pelo 2.º DP, apenas 10% dos produtos são devolvidos aos donos pela dificuldade na comprovação. Cagnacci afirma que, quando o equipamento não é devolvido ao proprietário, ele é enviado à Justiça, havendo a possibilidade de leilão. Não é um procedimento padrão, observa.
Dicas
A elaboração do boletim de ocorrência ou a notificação à PM, em casos de furto, aumenta a possibilidade de recuperação do aparelho furtado quando são feitas apreensões policiais.
A instalação de alarmes em veículos é uma dica deixada por Cagnacci para evitar furtos de toca-fitas e toca-CDs. Ladrão tem medo de ser preso, frisa.
Além disso, é recomendável estacionar o carro em ruas movimentadas e bem-iluminadas, retirar a parte frontal do aparelho de som ao sair do carro e registrar a ocorrência, em caso de furto.