O pequeno aviso que a Telefônica publicou nos jornais há pouco tempo, acaba de se confirmar. Não temos mais Lista de Assinantes Residenciais impressa. O que se oferece em troca é o famigerado, congestionado e demorado Serviço 0800. Alude a Telefônica em seu aviso, que esta medida visa melhorar a nossa vida!!!.
A decisão guarda muita semelhança com aquela tomada pela Net, quando em troca de uma bela revista com resenhas de filmes, programação das TVs a cabo, reportagens e artigos interessantes, nos impingiu uma raquítica revista (quase um folheto), mal elaborada e sensivelmente inferior à original. Também alegando que esta alteração favoreceria ao assinante Net.
Nas duas decisões, indisfarçável o desrespeito ao consumidor. Por certo, nenhum dado lógico têm, Net e Telefônica (grafo com o circunflexo porque estamos no Brasil, ainda), para justificar o benefício da mudança.
No caso da Net, pelo que sei, há diversas ações na Justiça, que, espera-se, mais dia, menos dia, restabeleçam obrigatoriamente a condição anterior.
Já no caso Telefônica, tudo dependerá de um abúlico órgão chamado Anatel, formado às pressas momentos antes da privatização das teles, com a aparente finalidade de constituir-se em órgão regulador (ou regulamentador ?) das comunicações no País. Passados três anos da privatização a inutilidade desse órgão é visível até ao mais míope dos mortais. Assim, a decisão da Telefônica nos remeterá inevitavelmente à irritante espera pelo atendimento do 0800, com as indefectíveis desculpas (no momento todas as nossas posições estão ocupadas..., aguarde alguns instantes para ser atendido...), o suceder chato de músicas que não pedimos para ouvir, as quedas na ligação e a repetição exaustiva da mesma questão mais de uma vez na mesma ligação.
Ou então, cuidemos nós de organizar as próprias listas, o que não mais espanta, já que a obrigação pública se tornou uma obrigação privada há muito tempo neste desgoverno tucano. Não tem sido assim neste Ano do Voluntariado? Ou nas solertes campanhas, tipo Amigos da Escola, Amigos da Saúde, e outras que tais?
Resta uma tênue esperança de que o Ministério Público possa assumir este assunto, colocando freios na Telefônica, o que a Anatel se recusa a fazer, desde sua criação. (Marco Antônio de Souza - OAB/SP 55.799)