07 de dezembro de 2025
Geral

PREFEITO "VERSUS" VICE-PREFEITO

Aurélio da Silva Braga
| Tempo de leitura: 3 min

PREFEITO VERSUS VICE-PREFEITO

Extremamente lamentável para a cidade de Bauru a conflituosa relação de animosidade político-partidária e também, pessoal, que envolve o prefeito sr. Nilson Costa (PPS) e o vice-prefeito sr. Dudu Ranieri e que infelizmente parece que virou regra no cenário político bauruense dos últimos anos. Sem entrar no mérito da questão (o imbróglio virou caso da Justiça), não obstante, tal situação política que teimosamente estigmatiza o Poder Executivo municipal nos remete a certas considerações. Por que tal situação política insiste em acontecer?

Em parte tal situação ocorre devido a esta pífia legislação eleitoral que aí está e que de certa forma incentiva os conchavos político-partidários que até por uma questão de sobrevivência partidária firmam alianças de politiquice onde os pormenores pessoais e as argúcias político-partidárias, quando não atos e fatos de todo particulares, sobrelevam a programas e idéias de governo. Enquanto não houver uma reforma política séria neste País que contemple entre outras coisas, uma limitação no n.º de partidos políticos, o voto distrital e principalmente a fidelidade partidária, situações como esta que ocorre em Bauru tenderão a acontecer. Agora, qual o prejuízo que tal fato político pode causar para a população bauruense? Imaginemos que numa eventualidade qualquer, ou por uma ausência ou mesmo por um impedimento legal do titular em assumir suas funções, no caso do prefeito, em ocorrendo tal situação, o substituto natural do prefeito é o próprio vice-prefeito que, eventualmente, assumiria a função de titular do Poder Executivo. Tal fato, por si só, ocasionaria mudanças na estrutura organizacional da Administração Pública Municipal (partidos e propostas de governo diferentes). Agora, ao imaginarmos o fator de beligerância política que existe entre as partes, tal situação poderia em tese alterar a continuidade de um plano de governo, ocasionando assim prejuízos para a população. Quer dizer, neste dilema todo, uma das partes em questão necessariamente irá perder, mas, a verdade verdadeira é que sem dúvida caberá a população pagar por tais dividendos políticos desta infeliz dissídia. Até quando, ilustres senhores, tais fatos irão prevalecer? Por que este divórcio entre a política e a sociedade tende a aumentar cada vez mais? O exemplo oposto ao que está ocorrendo na cidade de Bauru, é o que ocorreu na esfera estadual onde por ocasião da morte do Ex. governador Mário Covas (PSDB), assumiu o Governo do Estado de São Paulo o vice-governador sr. Geraldo Alckmin (também do PSDB) e esta transição política ocorreu de forma natural e harmoniosa transparecendo até como se não houvesse tido mudança alguma, tamanha a sintonia político-partidária que existia entre as partes. Evidentemente que relação harmoniosa não necessariamente quer dizer que ambos devam pertencer a um mesmo partido e o Governo Federal é um exemplo disto. Mas, caso não haja uma solução apaziguadora para este lamentável acontecimento político bauruense, enfim, pelo menos que este episódio sirva de reflexão para as próximas eleições municipais onde novamente iremos às urnas para escolher nossos nobres representantes públicos que irão de forma harmoniosa ou não gerir os interesses da coletividade. Entretanto, como seria bom para a cidade de Bauru e também, para os bauruenses, se houvesse uma afinidade político-partidária entre o prefeito e o vice-prefeito e que ambos trabalhassem de forma harmoniosa e edificante visando o progresso da cidade e o bem-estar social dos munícipes. (Aurélio da Silva Braga - RG. 12.912.493)