O leque de opções para os usuários está sendo ampliado com a instalação de novas empresas de planos de saúde na cidade.
As opções de planos médicos para os cidadãos que moram em Bauru ou na região estão gradativamente aumentando. Novas empresas estão surgindo no mercado bauruense. Exemplo recente é a São Lucas/Prontocor, cuja experiência de cerca de 20 anos em Lins está chegando a Bauru, neste mês.
De acordo com o médico João Brosco, diretor do Hospital Prontocor, a São Lucas/Prontocor surgiu de uma união entre a São Lucas - empresa de Lins e primeiro plano de saúde do Interior, de acordo com o especialista - com a administração do Hospital Prontocor, de Bauru. A São Lucas, que tem 40 mil usuários em Lins, tem vasta experiência em plano de saúde e é bem estruturada. O Prontocor, em seus 15 anos de existência, tem mantido uma saúde financeira boa e administração adequada, disse.
Apesar da parceria ter sido firmada neste mês, a São Lucas/Prontocor já conta com 100 médicos credenciados em Bauru, de acordo com Brosco.
Ele destaca que os usuários do plano de saúde recebem atendimento em todo o País, através da Associação Brasileira das Medicinas de Grupo (Abrange). É uma característica dos planos de saúde em geral, pela tendência à regionalização, disse.
A aceitação do São Lucas/Prontocor tem sido superior às expectativas da diretoria. Estamos mostrando as vantagens, o que o plano tem de diferente. O São Lucas/ Prontocor está pegando uma faixa da população em que existia uma lacuna. É uma opção sólida e algo que vem para Bauru para ficar, acredita.
Concorrência
Para Brosco, quem se beneficia com a concorrência - que começa a se intensificar na área dos planos de saúde em Bauru - é a população. A tendência, neste casos, é de melhora progressiva no atendimento oferecido ao usuário. O São Lucas está vindo com qualidade e atendimento humanizado, reforça.
O diretor do Hospital Prontocor, que até o último dia 23 atendia pela Unimed-Bauru, faz referência à prática utilizada pela cooperativa de impedir que os médicos cooperados atendam pacientes de outros planos de saúde ou convênios, a partir de uma cláusula de exclusividade. A Unimed não admite que os médicos participem de outros planos e usa de pressões dentro da própria cooperativa para que isso aconteça, expõe.
Não há restrições para que os médicos da São Lucas/Prontocor atendam em outros planos de saúde, de acordo com Brosco. Por outro lado, a empresa também aceita que médicos da Unimed atendam pela São Lucas/Prontocor. Na Unimed-Bauru, interesses pessoais e administração inadequada prejudicam a classe médica cooperada, avalia.
O médico cardiologista Cardec Rufino, cooperado da Unimed-Bauru há mais de 20 anos, deixou de atender pela cooperativa também nesta semana.
O especialista, que é diretor médico da São Lucas/Prontocor, aponta o que considera má administração da Unimed em Bauru como uma das causas de seu desligamento. É uma sucessão de erros. A Unimed está com uma situação insustentável na cidade, observa.
Rufino também critica a posição da Unimed de exigir exclusividade dos médicos. Essa proibição não tem razão. Está na hora de acabar. O mercado deve ser livre. Deve existir a livre concorrência. Ela sempre melhora o serviço e quem ganha são os usuários, frisa.
O impedimento de que os médicos cooperados da Unimed atendam outros planos de saúde também é questionado por alguns usuários, que acreditam que o procedimento fere os direitos do consumidor, a livre concorrência e a lei que regulamenta as atividades dos planos de saúde.
TecSeg
A TecSeg Saúde, que atua em Bauru desde julho de 2000, é outro sinal da abertura do mercado na área de planos de saúde em Bauru.
De acordo com Rodrigo Vera, diretor-administrativo da empresa, atualmente a TecSeg Saúde conta com 110 médicos em Bauru e 10 mil usuários. A tendência de abertura de mercado é inevitável. A concorrência é salutar para o mercado, afirma.
A empresa, assim como a São Lucas/Prontocor, não impede os médicos de atender outros planos médicos. Temos em nosso quadro inclusive médicos que já foram da Unimed. Somos mais uma opção de trabalho para o médico, que não precisa sair da Unimed para trabalhar para a TecSeg, salienta.
Unimed
Apesar da notícia de que dois médicos se desligaram da Unimed nesta semana, o presidente da cooperativa em Bauru, Carlos Eduardo Sacomandi, afirma que essa não é uma tendência.
Atualmente, os médicos cooperados totalizam 535. Outros 110 estariam entrando na Unimed. A quantidade de usuários da cooperativa é de cerca de 136 mil pessoas. Estão saindo dois e entrando 110. No fim do ano, os médicos estão acabando a residência, afirma Sacomandi.
Quanto ao desligamento dos médicos Cardec Rufino e João Brosco, o presidente da Unimed lamenta. Nós sentimos muito que eles saíram. São ótimos médicos e têm uma clínica muito boa. Para a Unimed, foi uma perda. Isso vai deixar uma lacuna grande na cardiologia da Unimed, expôs Sacomandi.
A concorrência provocada pela instalação de novas empresas de planos de saúde na cidade é vista como um fator positivo pela Unimed. Vejo a concorrência como uma coisa natural. É mais difícil administrar sem a concorrência do que com, mas é uma coisa que traz benefício para a empresa e para o usuário, disse.
O regulamento da Unimed ainda têm uma cláusula que proíbe o médico de atender por outros planos de saúde. Ele não poderia fazer qualquer atendimento que concorresse com a cooperativa, diz Sacomandi.
Em março deste ano, uma decisão judicial estabeleceu que a Unimed não pode impor a seus cooperados cláusula de exclusividade, impedindo os médicos de se filiarem a outros convênios ou planos de saúde.
A Unimed alega estar cumprindo e recorrendo da decisão judicial que proíbe a cooperativa de cobrar essa cláusula de seus cooperados. Eu, como pessoa, entendo que essa decisão judicial não traz nenhum prejuízo à Unimed. Esse regulamento é um regulamento antigo que pode ser mudado, observou o presidente da cooperativa médica.