07 de dezembro de 2025
Geral

Cesta básica teve alta de 14,41% neste ano

Paulo Toledo
| Tempo de leitura: 4 min

O preço mínimo da cesta básica em Bauru chegou a R$ 147,05, em outubro, o que significa uma alta acumulada de 14,41% sobre o valor de dezembro de 2000, que foi de R$ 128,53, ou seja, 7,72% mais do que os 6,21% de inflação medida pelo Índice de Preços aos Consumidor (IPC) da Fipe, no mesmo período, de acordo com pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Econômicas da Instituição Toledo de Ensino (ITE), para o Data-ITE, que detectou os reajustes.

Neste mesmo período, o grupo alimentação cresceu 13,35%, o grupo limpeza doméstica 22,75% e o grupo higiene pessoal 10,57%. Isso indica que todos os grupos tiveram aumento de preços acima da inflação neste ano, revertendo o que vinha acontecendo até o ano passado, em que os preços médios ficavam acima dos valores dos itens da cesta básica.

Em novembro, a cesta apresentou uma alta de 1,67% sobre os R$ 144,62 de outubro. Reinaldo César Cafeo, um dos coordenadores da pesquisa, destaca que o o que mais preocupou, neste mês foram os reajustes de produtos das áreas de limpeza doméstica e higiene pessoal, que os consumidores não estão tão alertas. Além disso, afirma que, no último mês do ano, os consumidores devem ficar atentos para não se entregarem a um consumo maior do que o necessário.

Se comparado com novembro de 2000, quando atingiu R$ 133,41, o valor da cesta básica em Bauru teve um aumento de 10,2%.

Para Cafeo, que também é delegado regional do Conselho Regional de Economia (Corecon), a perspectiva de que a cesta básica feche o ano com reajuste acima da inflação se reforçou. Porém, não acredita que chegue a um índice com dois dígitos, ou seja, acima de 10%. A projeção é que fique pouco acima de 9% em relação ao IPC-Fipe.

De acordo com a pesquisa, realizada em dez supermercados de Bauru, coordenada pelos professores Jacques Vervier e Cafeo, em novembro, o grupo alimentação consumiu R$ 106,64 do total. Esse valor é 0,06%% maior do que o mês de outubro (R$ 106,58). O arroz, que tem peso de 9,65% sobre o total da cesta básica, teve queda de 1,29% neste mês. O açúcar (26,53%) e o queijo mozarela fatiado (24,81%) tiveram maiores altas, enquanto que a batata (- 50,85%) e a cebola (- 48%) as maiores baixas

O grupo limpeza doméstica representou um total de R$ 23,34. Esse valor é 9,73% maior do que o mês de outubro de 2001 (R$ 21,28). Para Cafeo, essa alta pode ser considerado uma média elevada, demonstrando que, depois de uma acomodação de preços no mês passado, houve claro repasse de custos aos preços finais.

Já o grupo higiene pessoal, equivalente a R$ 17,07, representou um índice 1,79% maior que o do mês de outubro de 2001 (R$ 16,77). De acordo com Cafeo e Vervier, o creme dental foi o destaque com alta de 9,62%, seguido pelo desodorante spray, que teve alta de 8,61%. Enquanto isso, o papel higiênco fino teve redução de preço de 5,31%, enquanto o absorvente higiênco teve queda de 5,81% no preço.

A pesquisa é realizada em dez supermercados de diversas regiões da cidade, sem que ocorra repetição de dois da mesma rede. Estão incluído 31 produtos, das marcas mais consumidas em Bauru, de acordo com pesquisa realizada anteriormente.

Uma das principais conclusões da pesquisa comprova a velha tese de que o consumidor deve estar muito atento na hora de comprar, pois entre os preços mínimos e máximos dos mesmos produtos há diferenças expressivas. Por exemplo, o preço da margarina teve variação de 348,8% entre o menor e o maior valor encontrados nos supermercados pesquisados. No caso do queijo mozarela, a variação foi de 256,4%, enquanto no macarrão com ovos encontrou-se diferenças de até 169,8% e no óleo de soja de até 174,8%.

O valor base adotado é o da segunda semana do mês, no caso de novembro, mesmo critério utilizado pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicas (Dieese). A cesta do Dieese é bastante generosa; 15 Kg de arroz, 4 Kg de feijão e 10 sabonetes por mês para quatro pessoas.

A metodologia adotada pela ITE é a mesma usada para apuração da cesta básica na Capital, por meio de um convênio entre o Dieese e o Procon. Isso faz com que se tenha, inclusive, uma base de comparação.

O valor mínimo total da cesta em Bauru é a soma dos menores preços encontrados nos dez supermercados. Isso não significa que o consumidor vai conseguir encontrar esse total se comprar em apenas um estabelecimento.

Sul tem o maior preço por regiões

Por regiões, a pesquisa do Data-ITE verificou que a Zona Sul apresenta o maior valor para a cesta básica, com R$ 192,04, que significa 30,6% mais do que o valor mínimo de R$ 147,05. O menor valor está na Região Oeste, com R$ 166,22, numa diferença de apenas 13% sobre o preço mínimo.

Em relação ao menor preço, o valor encontrado no Centro da cidade R$ 170,09 - é 15,7% maior. A Região Norte teve o terceiro maior preço em relação ao mínimo, com R$ 176,32 (19,9%). O segundo valor mais alto por região vem da Zona Leste, onde chega a R$ 178,20, ou seja, 21,2% maior que o menor preço.