07 de dezembro de 2025
Geral

Calote no comércio apresentou queda de 13,51% em novembro

Patrícia Zamboni
| Tempo de leitura: 3 min

O levantamento realizado pela equipe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) de Bauru - órgão ligado à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) -, referente ao mês de novembro, mostrou que houve uma queda de 13,51% na quantidade de nomes incluídos na lista de inadimplentes do órgão, na comparação com novembro do ano passado. No total, foram 3.796 registros este ano, contra 4.389 em novembro do ano 2000.

Na comparação com o mês de outubro deste ano, também foi verificada queda no número de consumidores inadimplentes no comércio. As estatísticas do SPC mostram 5.530 nomes incluídos no cadastro naquele mês (outubro).

Porém, ao contrário do caráter positivo dos resultados sobre a inclusão de nomes na lista de inadimplentes, a quantidade de cancelamentos (nomes retirados do cadastro) também foi menor em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O levantamento do SPC mostra 2.275 exclusões feitas este ano, contra 3.137 no ano que passou, resultando numa diferença negativa de 27,47%.

Em outubro deste ano, a quantidade de cancelamentos foi um pouco maior do que em novembro, com um total de 2.672 exclusões. O número total de consultas (de pessoas físicas, jurídicas, de cheques, cartório etc) feitas por lojistas junto ao SPC em novembro deste ano, teve uma queda de 12,27% em relação ao mesmo mês de 2000. No total, foram 43.358 realizadas este ano, contra 49.423 no mesmo período do ano passado.

Em outubro deste ano, o órgão de proteção ao crédito recebeu 44.709 consultas. Na avaliação do economista e delegado do Conselho Regional de Economia (Corecon), Reinaldo César Cafeo, a queda na quantidade de consultas feitas por lojistas junto ao SPC, em novembro, demonstra que o nível de atividades no comércio foi menor que o do ano passado, nesse mesmo mês. Isso nos leva a concluir que, no ano passado, o ambiente estava mais propício para que as pessoas pudessem manter o ritmo normal de compras e, até mesmo, com alguns consumidores antecipando as compras de final de ano, avalia.

O economista completa sua análise dizendo que esses números refletem vários acontecimentos deste ano, que levaram a população a se retrair para as compras, como a crise energética brasileira e a instabilidade do cenário econômico, o que teria levado os consumidores à insegurança e a adotar uma postura mais cautelosa. Por outro lado, também pode ser o indicativo de uma preferência, dos consumidores, por prazos mais curtos para pagar, e os lojistas costumam consultar o SPC quando as opções de pagamento são de prazo longo, acrescenta.

Sobre a queda na quantidade de nomes incluídos no cadastro de inadimplentes do órgão em novembro, Cafeo diz ser o resultado da queda no número de consultas. Com a queda do nível de atividades no comércio, também caíram os registros em números absolutos. Numa avaliação sobre a proporção ou números relativos, conclui-se que a situação se manteve no mesmo patamar de novembro do ano passado. O número de registros tanto deste ano, quanto do ano 2000, representou 9% das consultas, calcula Cafeo.

De acordo com ele, o dado que confirmaria essa avaliação é o fato da quantidade de cancelamentos de nomes ter sido menor em novembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o economista, numa situação normal, se o volume de consultas tivesse sido mantido, os números de registros e de cancelamentos teriam aumentado.

A conclusão clara é de que o consumidor não está com renda suficiente para honrar seus compromissos. Portanto, está demorando um tempo maior para excluir seu nome do cadastro de inadimplentes, avalia. Em novembro deste ano, os cancelamentos representaram 60% dos registros. No ano passado, representou 70%, segundo Cafeo.