Muitas opiniões têm sido editada nesta conceituada Tribuna do Leitor, referentes aos problemas que os negros enfrentam em nosso País. Algumas soluções possíveis apresentadas podem resolver parcialmente o problema dos negros. Entretanto, criam outros, com brancos pobres e outras etnias. Portanto, carrada de razão assiste à drª Isolina Bresolin Vianna, que se manifestou contrariamente à política educacional que objetiva a reserva de 40% das vagas na Universidades, destinadas aos negros. Não resta dúvida que tal reserva é medida protecionista e discriminatória, além de ferir frontalmente o que dispõe a nossa Constituição Federal, no sentido de que somos todos iguais em direitos e obrigações. Assim como os negros, uma grande quantidade de brancos que possuem empregos formais ganha também baixos salários, portanto não pode arcar com as despesas para um preparatório às universidades. Na verdade, tenho a certeza de que tanto os negros quanto os brancos pobres, o que realmente desejam não é nenhum ato de caridade dos governantes, a exemplo da mencionada reserva, mas sim os seus verdadeiros direitos já previstos na Carta Magna. Infelizmente, existe um grande contraste entre os investimentos nas universidades e nas Escolas Públicas de 1.º e 2.º grau. Se os investimentos fossem melhores nas escolas públicas básicas e os alunos que cursassem o 2.º grau na escola pública contassem pontos para ingressar na Universidade Pública, será que estaríamos aí bem próximo de uma futura solução definitiva do problema? (Advogado Argemiro Trindade - OAB/SP 83.059)