O Hospital Amaral Carvalho foi a primeira instituição de saúde do Brasil a criar uma Enfermaria Hospice, em 1.992, destinada a abrigar pacientes fora de possibilidades terapêuticas.
O modelo foi trazido pelo médico Antônio Carlos de Camargo Andrade Filho, chefe do Centro de Terapia da Dor e Medicina Paliativa do HAC. Para tanto, ele e profissionais de sua equipe realizaram estudos e estágios em Oxford, Inglaterra. As primeiras referências ao conceito de hospice remontam ao século XIV, quando peregrinos eram acolhidos em abrigos no Reino Unido, onde passavam a noite após serem alimentados, para prosseguirem sua caminhada.
Ao longo dos tempos, o conceito de abrigo foi incorporado à cultura daquele país, onde a filosofia de cuidados paliativos e atendimento humanizado a pacientes terminais alicerçou o modelo atual de hospice, presente em dezenas de países.
A Enfermaria Hospice do Hospital Amaral Carvalho possui 9 leitos, atendendo em média 500 pacientes terminais por ano, em regime de internação, além de aproximadamente 40 pacientes por semana para controle da dor e dos sintomas desconfortantes.
O atendimento é garantido por uma equipe de alto nível, composta por três médicos formados em Terapia da Dor, duas enfermeiras especializadas (uma com formação em Oxford), além de terapeuta ocupacional, psicóloga, fisioterapeuta e nutricionista.
A estrutura conta também com a valiosa colaboração de voluntários, capacitados para a assistência emocional e espiritual aos pacientes e seus familiares.
O hospice tem uma abordagem humanizada, visando proporcionar ao paciente, além de conforto, dignidade até o fim. São empregadas técnicas modernas para controle da dor, e analgesia de última geração, incluindo morfínicos de alto poder de ação, mas com elevado custo financeiro.
Embora o Ministério da Saúde recomende a criação de Enfermarias Hospices para pacientes terminais, o Sistema Único de Saúde (SUS) não remunera esses atendimentos. No caso do Hospital Amaral Carvalho, a entidade mantenedora, Fundação Amaral Carvalho responde pelo custeio, como parte de sua missão social, por tratar-se de entidade filantrópica, sem fins lucrativos.
A Fundação Amaral Carvalho autorizou a construção de um prédio próprio para o Hospice do Hospital Amaral Carvalho. Orçado em R$ 687.500,00, o projeto, de 1.250 metros quadrados de área construída, prevê: enfermaria para internação com 10 leitos, que podem ser ampliados por tratar-se de projeto modular, consultórios médicos, infra-estrutura para atividades terapêuticas, psicológicas e de ensino para capacitação em terapia da dor, de médicos, enfermeiros e profissionais de saúde.
Nos últimos anos, o Centro de Terapia da Dor e Medicina Paliativa do HAC tem recebido profissionais de várias regiões do Brasil, para estágios e treinamentos em cuidados paliativos segundo a filosofia de humanização, marca do hospice.