07 de dezembro de 2025
Geral

COISAS DE ADOLESCENTE, QUE UM DIA DEFENDI

Henrique Perazzi de Aquino
| Tempo de leitura: 1 min

Li num texto de um missivista desta Tribuna, aquilo que considero ser um posicionamento de comodidade, conformidade e passividade, diante das atrocidades dos dias atuais. É o pensamento, que diz mais ou menos assim: pensava dessa forma na mocidade, hoje amadureci e enxergo tudo de um outro jeito. Na maioria das vezes, não estamos diante de um caso de amadurecimento de idéias e sim, de puro conformismo na aceitação do mundo atual tal qual ele é, favorecendo as posições que o mantêm como ele é hoje, repleto de injustiças.

Na verdade, esse tipo de posição expressa uma acomodação, uma desistência dos antigos ideais ou, o que é pior, o engajamento/enquadramento no jogo atual, deixando-se cooptar pelo lado mais vantajoso. Abomino afirmações do tipo - as ideologias acabaram, todos os partidos são iguais, todos os políticos são ruins, não existem mais ideais -, que são comuns e costumam dar uma espécie de diploma de seriedade para quem as propaga. Pois penso exatamente o contrário, acreditando encontrar-se acomodado e resignado, justamente quem faz uso dessas expressões.

Observo muito, que tem aumentado o número dessas pessoas, que antes se diziam militantes de algo e hoje assumem outra posição, oposta àquela, como forma de um suposto amadurecimento. Se transformar o mundo está cada vez mais no campo utópico então, para eles, tudo é possível. Hoje, usam outros argumentos para justificar a mudança de posição: estou velho para essas brincadeiras de adolescente, é melhor deixar esse exotismo de lado e se não posso vencê-los, vou me juntar a eles, enquanto é tempo e tenho oportunidades. Fico sensibilizado como tudo ocorre, sem grandes constrangimentos. (Henrique Perazzi de Aquino - RG: 9.710.205-2)