Venho lendo nos jornais, ouvindo nas rádios e televisões suas declarações de que o Estado de São Paulo está com suas finanças em ordem. Daí a minha preocupação em lhe reavivar a memória, ou talvez mesmo seja o caso de lhe contar, que talvez o senhor não saiba, mas existe ainda muita coisa referente ao gatilho a ser paga e já com muito atraso. Posso falar até por mim mesma que fiz meu primeiro requerimento junto ao meu advogado em julho de 1991 (ano palíndromo). Depois de marchas e contra-marchas do Estado usando do jus esperniandi para não pagar, finalmente foi determinado que pagasse, em 1997. De lá para cá, todo final de ano a Fazenda informa que até o fim do ano vai pagar e se não pagar, será logo no começo do outro ano. E assim já se passaram mais quatro anos. Agora vem o senhor dizer que as finanças estão em ordem. Será que esqueceram de lhe dizer que ainda falta pagar a muita gente ação ganha, reganha, triganha e enesimamente ganha e que já cabe até recurso de pedir empenho do governador por desobediência à determinação de pagar ação ganha muitas vezes e nunca cumprida a sua ordem de pagar, conforme determinou o Tribunal?
Vai ver o senhor estava esperando outro ano palíndromo, 2002, para enfim pagar. Só quero lembrá-lo que esse outro ano palíndromo começará daqui a menos de vinte dias. Será que o senhor vai pagar ou vai esperar morrer mais gente? Até o meu advogado já morreu. Eu só não morro de teimosa que sou, esperando sempre que o meu Estado do qual tanto me orgulho, pague enfim o que me deve a mim e a outros tantos funcionários que, por não terem morrido quando eram moços, ficaram velhos. Desculpe-nos por não termos morrido ainda. Eu vou esperar o pagamento do gatilho, nem que chegue aos cem anos. Ufa!... (Isolina Bresolin Vianna - RG. 3.027.947).