As mulheres conquistaram espaço no mercado de trabalho e na política, deixando o papel de mãe para segundo plano.
Para a psicóloga Luciana Bien Neuber, a mulher está vivendo uma crise de identidade. Nos últimos anos o papel da mulher na sociedade mudou muito. Hoje, ela vive uma fase de transição: conquistou espaço no mercado de trabalho, autonomia sexual, direitos políticos, enfim, o seu papel enquanto mulher foi e está sendo redefinido, explicou.
Na opinião da profissional, as brincadeiras de boneca deram lugar à profissionalização. Atualmente, a maioria das meninas é educada para conquistar um espaço no mercado de trabalho e, conseqüentemente, a independência financeira, frisou.
O casamento e a maternidade, segundo ela, não são mais os únicos sonhos do mundo feminino. Se é que algum dia as mulheres sonharam com isso. Antigamente, elas não podiam optar. Apenas respondiam as expectativas da época, que era de serem boas esposas e mães, contou.
A mudança no comportamento feminino foi sentida mais intensamente nos anos 90, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou a queda no número de filhos por mulher. A média de seis filhos por mulher brasileira registrada nos anos 60 e 70, caiu para 2.4, nos anos 90.
A psicóloga acha que a mulher contemporânea deseja ascensão profissional, independência financeira e sexual. Além disso, aspira por construir uma relação estável, em que pode ou não ter filhos.
O ginecologista Eduardo Crivelari Baisch ressalta que a mulher de mais de 35 anos não é infértil. Ela tem mais dificuldade em engravidar, mas isso não significa que seja infértil. Ela pode demorar mais para engravidar. A gravidez pode não acontecer quando ela quer, mas com um pouco de paciência é possível que a Medicina ajude. O importante é que o casal não entre numa paranóia, ressaltou.
O prazo para uma mulher engravidar, em situação normal, é de 18 meses. O tempo de 18 meses é estabelecido pela Organização Mundial de Saúde. Se ela não engravidar neste período deve procurar um tratamento, orienta.
As opções variam desde uma reprodução assistida até a fertilização in-vitro, popularmente conhecida como bebê de proveta. Vai depender do caso. O tratamento hormonal, ou seja, a indução de ovulação, a inseminação intra-uterina e a fertilização in-vitro são opções que a Medicina oferece para quem sonha em embalar seu pimpolho depois de ter realizado todos os seus sonhos profissionais, disse. Baisch frisa que as chances da mulher engravidar até os 42 anos, em situação normal, com inseminação intra-uterina são de 18%.