O filho do fazendeiro, Juarez Arantes, diz que nunca pensou que sua família pudesse ser vítima de seqüestro. “Temos uma propriedade rural, mas não somos ricos. Trabalhamos muito e nossa rotina é o trabalho. Meu pai e minha tia acordam de madrugada para buscar o leiteâ€, conta.
“Quando fui comunicado que meu pai não tinha chegado na fazenda, sai de Bauru e fiz o mesmo trajeto que ele. Tinha a certeza que a Pick-up tinha dado algum problema mecânico. Nem me passou pela cabeça que poderia ser um seqüestroâ€, diz. O filho só acreditou na hipótese de seqüestro quando recebeu um telefonema em seu celular. “Meu pai tinha um cartão meu na carteira. Os seqüestradores o pegaram e me ligaram. Eles disseram que meu pai estava com eles e que só seria libertado com o pagamento de R$ 50 milâ€, revela.
Juarez diz que tentou conversar com os seqüestradores. “Eles ficaram de ligar novamente e ligaram mais duas vezes, de locais e de telefones diferentes. A última ligação foi feita às 13 horas (de quarta)â€, frisa. O filho confirma que um dos três presos é conhecido. “Eu vendi um touro e um cavalo para o Joel. Ele não me pagou. Ofereceu uma vaca como pagamento, mas a vaca não valia a dívida. Há 20 dias, mais ou menos, ele veio acompanhando um comprador de gado e realmente assistiu uma transação de animaisâ€, afirma.
Segundo o major Carlos Alberto Fantini, da Polícia Militar, desde o momento em que a polícia foi avisada do crime se empenhou em esclarecê-lo. “Trabalhamos em conjunto com a Polícia Civil. Com as características dos envolvidos, prendemos um deles na entrada do motel. Através dele, os outros dois foram presosâ€, conta.
Lágrimas
Um grito seguido da frase “Me solta†emocionou os policiais que procuravam o cativeiro do fazendeiro, na madrugada de ontem. Delegados, investigadores e policiais militares quase chegaram às lágrimas quando encontraram a vítima vida e consciente.
O filho do fazendeiro, Juarez Arantes, se emociona ao relembrar o seqüestro. “Meu pai é um homem muito forte. Ficou amarrado mais de 20 horas sem água e sem comida e resistiu. Ele ficou abalado, mas não ferido. Ele me confessou que poderia ter reagido quando o primeiro marginal o surpreendeu, mas percebeu que o momento era de manter a calma. Acho que foi a melhor maneira dele enfrentar a situaçãoâ€, acredita. Juarez Arantes acha que a rotina da família depois do seqüestro vai mudar. “Vamos ter mais uma preocupação. Vamos mudar a nossa rotinaâ€, garante.