A Associação Friends of the Earth, uma organização não-governamental (ONG) de defesa do meio ambiente que nasceu nos Estados Unidos e já atua em vários países, incluindo o Brasil, está preocupada com o risco de destruição e contaminação dos córregos que cortam a cidade, assim como a vegetação ribeirinha. Na semana passada, a entidade impetrou ação cautelar, pedindo ao Ministério Público uma vistoria de um terreno às margens do córrego Água da Forquilha, que acumula entulho.
O entulho, segundo a denúncia feita pela ONG, está sendo coberto por terra, que chegaria às margens do córrego e à vegetação. O terreno fica no cruzamento das avenidas Comendador José da Silva Martha com José Aiello. Na ação, a Associação Friends of the Earth pede a realização de exame pericial na área do aterro e no entorno pela Agência de Bauru da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) ou por um profissional particular da área de hidrogeologia.
Euríale de Paula Galvão, membro da ONG, conta que foi procurado por moradores das imediações do bolsão de entulho preocupados com o risco de destruição e contaminação do rio. “Recebemos a informação de que áreas de mananciais, banhado e taboa estavam sendo aterradosâ€, diz. A partir da constatação dos aterros, a entidade levantou junto à Prefeitura o nome do proprietário do terreno, que é citado na ação.
Além do exame pericial do terreno, a ONG pede a citação do dono do imóvel e que o Ministério Público intervenha no processo ou atue como fiscal. Para a entidade, há suspeita de três irregularidades envolvendo o aterro. A primeira é de contaminação do córrego Água da Forquilha e do lençol freático e o assoreamento do córrego.
A segunda é de destruição da mata nativa das margens do córrego e a destruição de nascentes existentes no local. A última suspeita é de que o solo em áreas próximas ao aterro tenha sido contaminado. “Estamos preocupados com o soterramento do banhado, que é um ecossistema muito rico, e das nascentesâ€, afirma Galvão.
Ele explica que nem sempre a legislação, que prevê a proteção das margens de córregos e rios, não é respeitada. “Por isso, a Associação Friends of the Earth está priorizando as nascentesâ€, afirma. De acordo com Galvão, a ONG foi fundada em Bauru há quatro anos por um grupo de bauruenses que morou nos Estados Unidos.