08 de dezembro de 2025
Economia & Negócios

Chuvas do início do ano favorecem agropecuária

Paulo Toledo
| Tempo de leitura: 2 min

As chuvas que caíram nos dois primeiros meses desse ano foram amplamente favoráveis para a agricultura da região. Na avaliação do assistente técnico da regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), engenheiro agrônomo Luiz César Demarchi, culturas como cana-de-açúcar e as pastagens foram muito favorecidas e devem trazer bons resultados aos produtores da região.

Por outro lado, o presidente do Sindicato Rural de Bauru (SRB) e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), Maurício Lima Verde Guimarães, destaca que em geral todas as culturas terão boas produções, tanto que já se estima uma safra maior que 100 milhões de toneladas de grãos, o que deve provocar grandes problemas para estocagem e comercialização.

Demarchi ressalta que, no ano passado, os plantadores de cana chegaram a perder cerca de 20% da safra, o que trouxe prejuízos, já que a qualidade do produto também ficou comprometida para transformação em açúcar e álcool, possibilitando menor rendimento. Mas, a perspectiva para este ano são animadoras.

Em relação às pastagens, observa o agrônomo, no período atual os reflexos não serão tão sentidos. Porém, a qualidade do pasto deverá refletir a partir de maio, quando começa o período seco. Naquele momento, deverá ocorrer mais disponibilidade de forragens, reduzindo eventuais perdas de peso e de produção de leite do gado. “Então, é muito positivo. As chuvas estão normais. Nos últimos três anos, foram atípicas, com menor volume e mal distribuídas, o que acabou prejudicando os produtores da região”, afirma.

Lima Verde diz que o clima está sendo muito favorável à agricultura neste início de ano. De acordo com ele, condições como as desse ano fazia quase uma década que não se tinha. “A chuva ajudou não só o apagão, mas colaborou demais com a agricultura. Milho, soja, cana e café, por exemplo, vão produzir muito, será um ano excepcional”, destaca.

Porém, ele diz que, se por um lado isso ajuda na quantidade de alimentos produzidos, prevê que haverá dificuldades para armazenamento e transporte. Segundo o líder ruralista, a produção acima de 100 milhões de toneladas de grãos será um problema. Como outros países também estão encontrando bons períodos de produção, a previsão é de que a comercialização será muito difícil, pois haverá uma grande disponibilidade de produtos. “Para dentro da porteira da fazendo, tá ótimo. O problema será na hora que os produtos tiverem que sair da fazenda, serem comercializados. Nesse momento é que a dificuldade ficará muito clara”, afirma.