07 de dezembro de 2025
Articulistas

O aumento no preço da gasolina

Reinaldo Cafeo
| Tempo de leitura: 2 min

Depois de todo o alarde do governo quando da redução do preço dos combustíveis, no início do ano, as coisas começam, infelizmente, a ter o comportamento normal: nova alta no preço dos combustíveis. Tecnicamente, a justificativa para este segundo aumento (já houve reajuste no mês passado) é que o preço do barril de petróleo subiu no mercado internacional.

Esse fato é verdadeiro. Há menor oferta (menor produção) por parte dos produtores internacionais, forçando o preço para cima. Houve reajuste de 16% no preço do barril (o preço está na faixa dos US$ 24,00). Até aí, tudo explicado.

O que não tem explicação é como os excedentes de gasolina não forçam o preço para baixo. Chegamos a exportar gasolina a um preço muito menor, portanto, privilegiando o mercado internacional. É certo que o petróleo tem cotação internacional e, portanto, segue as oscilações dos preços no mercado internacional, mas é certo também que a mesma velocidade de alta não é acompanhada quando há baixa. Combustível em alta é sinônimo de aumento de preços na cadeia produtiva, que é sinônimo de aumento de custos, que é sinônimo de inflação. Sabe o que ocorrerá? Juros recuarão menos. Juros ainda altos engessam a economia e passamos a atacar a demanda enquanto a inflação é gerada pelos custos. Sabemos que a conta petróleo é monitorada para gerar superávit, mas não é possível admitir que o mercado será capaz de regular esse jogo, considerando a importância deste componente. Não falo em subsídio, mas em monitoramento. As grandes vilãs da inflação neste momento são as tarifas administradas e essas são decididas pelo governo. Fica o jogo dúbio: o governo gera inflação e o governo combate a inflação. Precisamos de regras mais duradouras e transparentes para evitar esse vai e vem na expectativa sobre os indicadores econômicos. (O autor, Reinaldo Cafeo, é economista e Delegado do Corecon)