07 de dezembro de 2025
Mulher

Retoques

Redação
| Tempo de leitura: 2 min

Mulheres vivem os mesmos problemas há séculos

As mulheres brigaram por direitos de igualdade e conseguiram muito sucesso. Podem não ganhar salários equivalentes aos dos parceiros do sexo oposto, mas estão lá, em postos anteriormente reservados exclusivamente aos homens. Conquistas comemoradas quase em todo o mundo.

Por outro lado, se a vida profissional vai bem, obrigada, na pessoal o descontentamento emerge na mesma proporção. Elas continuam exigindo direito de igualdade, mas, desta vez, dentro de casa. Entretanto, não são todos os homens que demonstram boa vontade em contribuir. Assumir a dupla jornada em sua totalidade, na maioria das vezes, é o desencadear de um crescente desgaste físico, mental e matrimonial. Mas quem pensa que este é um sinal da sociedade moderna, está enganado. A vida já foi bem mais difícil para elas.

Na Idade Média, a força de trabalho das camponesas era extremamente representativa. Uma vez casadas, tinham participação efetiva nas atividades ligadas à agricultura, na “tenência” (a área do domínio feudal explorada pela família).

Ajudavam no cultivo de ervilha e feijão, pescavam, colhiam e batiam o trigo, ordenhavam vacas, tosquiavam os carneiros e, paralelamente, administravam todos os afazeres domésticos sem absolutamente nenhum “luxo” para ajudá-las, como máquina de lavar, aspirador de pó, fogão a gás, ferro elétrico etc...

E, dependendo da condição financeira do casal, elas ainda eram obrigadas a trabalhar na casa do senhor feudal. “Nas grandes propriedades da Alta Idade Média, uma parte considerável do trabalho artesanal estava reservada às mulheres. Ali se fabricavam cosméticos, sabão, pentes e os artigos de luxo a serem consumidos nas cortes. A confecção de tecidos era de responsabilidade exclusiva das mulheres. Servas ou escravas trabalhavam nos gineceus, quer dizer, na parte da propriedade reservada às mulheres, sob a fiscalização de uma supervisora”, relata José Rivair Macedo, em “A Mulher na Idade Média” (Contexto, 108 páginas). Durante séculos, inclusive, elas foram responsáveis pelo funcionamento de equipamentos que exigiam grande força física, como os moinhos domésticos. Tarefa que deixou de ser exclusividade feminina somente no fim da Idade Média.