Waly Salomão morreu ontem pela manhã no Rio de Janeiro, aos 59 anos. Conhecido por suas poesias, o baiano nascido em Jequié também era compositor, diretor musical, performer, artista plástico, editor, videomaker e ator.
Desde o começo do ano, Salomão exercia a função de secretário nacional do livro e leitura do Ministério da Cultura, nomeado por Gilberto Gil, seu amigo desde a década de 60 e parceiro em vários trabalhos, entre eles a trilha-sonora do filme “Quilombo”, de Cacá Diegues, de 1984, mas que só foi lançada no ano passado.
Filho de um sírio com uma sertaneja, o poeta foi vítima de um câncer no intestino, diagnosticado, segundo amigos, há pouco mais de um mês. O tumor já havia se espalhado, atingindo também o fígado, o que o levou à Clínica São Vicente, onde estava internado desde o dia 23 de abril.
A notícia da doença não o deixou abatido. Em entrevista à cerca de há 20 dias para o jornal Folha de São Paulo, ele listou as medidas que pretendia tomar assim que o Diário Oficial ratificasse o novo órgão federal voltado ao livro, o Instituto Nacional do Livro e Leitura, que ele ajudou a criar.
Essa energia na produção cultural foi uma das marcas salientadas por Gil em seu discurso de posse, texto lembrado ontem em nota do Ministério da Cultura. “A tristeza tomou conta do Ministério da Cultura”, diz o comunicado, que termina com trecho do discurso: “Espero de Waly que ele seja aqui o que tem sido nestes últimos anos no ambiente cultural brasileiro: uma presença inovadora, inspiradora e eletrizante”.
Como secretário nacional, Salomão foi velado ontem, na Biblioteca Nacional, no centro do Rio de Janeiro. Hoje, seu corpo será cremado no Crematório do Caju, na zona portuária da capital carioca. A cerimônia estava marcada para as 9h. O poeta era casado e pai de dois filhos.