19 de dezembro de 2025
Regional

Escola de Jaú foi projetada por Euclides da Cunha

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 2 min

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Antônio de Pádua Salles é um dos prédios mais antigos da cidade de Jaú (47 quilômetros a Leste de Bauru). Construído em 1903, ele ostenta o “status” de ter sido projetado pelo engenheiro e escritor Euclides da Cunha, autor da obra que o tornou imortal, “Os Sertões”.

O prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Para oficializar, falta apenas a homologação do governo.

O Pádua Salles, como é conhecido na cidade, foi restaurado em 1985 e conserva sua arquitetura com poucas modificações internas. O piso é frio, de ladrilhos pintados, e as portas altas de madeira têm janelas acima delas para entrar a iluminação. O porão da escola é usado como depósito.

Localizado ao lado da prefeitura da cidade, na rua Edgard Ferraz, o Pádua Salles é uma volta ao século passado. O gradil e os portões de ferro são originais, somente as lanças é que foram cortadas por oferecerem perigo às crianças que estudam na escola.

Muito próximo do Pádua Salles, a cerca de 500 metros, está a Escola Estadual Major Prado, construída em 1920. Com duas torres, o prédio, visto do alto, forma a letra H. Visto de frente, é a réplica de um castelo.

Na mesma situação do Pádua Salles, a Major Prado aguarda a homologação do governo para se tornar patrimônio histórico. Forro, assoalho e escadas em madeira maciça, de uma beleza inigualável, são as marcas registradas da época.

O amplo porão, com paredes de mais de 50 centímetros de largura, abriga a biblioteca e a sala de informática. Dizem os moradores, mas não há comprovação, que o local, antes de ser a escola, era um cemitério.

Estilo gótico

Quem vê a igreja matriz de Nossa Senhora do Patrocínio por fora não imagina o que ela é por dentro. Construída em 1901, o prédio conserva, já na entrada, portas de madeira maciça que ostentam vitrais confeccionados com uma delicadeza sem igual. Em estilo gótico, que floresceu no século 15, ela se caracteriza pela presença de elementos decorativos, especialmente pelas formas lanceoladas, ou seja, em forma de lanças. A igreja está em fase de preservação pelo município.

A informação é do Departamento de Patrimônio Histórico do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Jaú (Conppac).

Toda a pintura interna da igreja é datada de 1962 quando a família americana Makk substituiu a cor branca por uma pintura feita à mão que imita o mármore e com imagens religiosas, todas com rostos de atores americanos da época.

Um púlpito no centro da igreja revela a falta de microfone para as leituras religiosas. Nos bancos de madeira de lei, uma placa revela o nome dos doadores, que eram famílias tradicionais da cidade. Já os lustres originais do início do século remetem à suntuosidade da época.