23 de dezembro de 2025
Regional

Jaú coloca túmulos nas ruas ociosas

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 2 min

O Cemitério Ana Rosa de Paula, na cidade de Jaú (47 quilômetros a Leste de Bauru) está utilizando as ruas transversais entre os túmulos para enterrar seus mortos. A falta de espaço e as dificuldades em instalar uma nova necrópole levou a atual administração a tomar essa atitude. A instalação de um novo local deve fazer parte do orçamento de 2005.

A ocupação das ruas secundárias teve início há cerca de 10 anos e gerou 450 novos lotes. Atualmente, não há mais vendas de lote, avisa o secretário geral Antônio Aparecido Serra.

De acordo com ele, como a instalação do cemitério data de 1894 existiam ruas ociosas. “As ruas são largas e algumas sem necessidade. Optamos por ocupar essa área para driblar a falta de espaço. Deixamos as ruas de cortejo livre para o transporte dos corpos até os túmulos.”

A reutilização dos lotes é outra saída apontada como novas vagas. “O prazo para a retirada dos ossos é de cinco anos para adultos e de três, para crianças. Cumprido o prazo, a família pode reutilizar o espaço para novo sepultamento.”

Atualmente, o Cemitério Ana Rosa de Paula possui 9.120 túmulos. “Com as novas vagas, temos onde sepultar 80% da população. Mensalmente registramos de 60 a 65 sepultamentos e de 10 a 13 novos túmulos por ano. Em função disso, acreditamos que o uso dessa necrópole seja suficiente para mais dois anos.”

O secretário lembra que duas empresas particulares apresentaram projetos para instalar novos cemitérios na cidade. “Não houve interesse da prefeitura. Nós pretendemos desapropriar uma área e construir uma nova necrópole. Estamos procurando uma área que preencha os requisitos da Cetesb.”

Serra frisa que, no distrito de Potunduva, há outro cemitério. “Jaú já teve outros dois cemitérios. Um deles, onde hoje é a Escola Major Prado e outro onde atualmente é a Codasp. Ambos foram desativados e os restos mortais transferidos para o cemitério atual.”

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Jazigos da Europa

No início do século 19, os fundadores da cidade de Jaú eram barões do café e instalaram o atual cemitério, na parte lateral esquerda. Os túmulos em mármore de carrara ainda estão no local e se destacam pela beleza e suntuosidade em relação à parte mais nova da necrópole.

Segundo a administração municipal, o morto mais ilustre enterrado no cemitério foi o aviador João Ribeiro de Barros, o primeiro a fazer a travessia do oceano Atlântico.

Os restos mortais do aviador foram transferidos para o obelisco da Praça Siqueira Campos, a praça da matriz.