21 de dezembro de 2025
Regional

Família fabrica potes de barro há 32 anos na Barra

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 2 min

Há 32 anos manuseando argila, a família Corrêa é conhecida na cidade de Barra Bonita (68 quilômetros a Sudeste de Bauru) como fabricante de pote (filtro de água). A cerâmica, que atualmente produz de 150 a 200 peças por dia em argila, ainda confecciona os potes, em menor escala, para atender a uma demanda pequena.

Norberto Corrêa, conhecido como “Zé do Pote” é um dos proprietários. Ele e mais dois irmãos trabalham na fabricação de vasos, de todos os tipos e tamanhos e objetos de decoração confeccionados em argila. “Somos os únicos a trabalhar com argila aqui em Barra Bonita. Já tentamos ensinar as técnicas para algumas pessoas, mas elas não conseguiram aprender.”

Na cerâmica dos Corrêa trabalham oito pessoas divididas em equipes, cada qual com uma função. “Três pessoas confeccionam as peças. Um trabalha na separação das pedras que tem na argila e uma equipe cuida da pintura e queima.”

A matéria-prima, que era abundante na cidade, segundo Norberto Corrêa, atualmente é coisa rara. “Estamos comprando em Jurumirim e Laranjal Paulista porque aqui está difícil.”

Os produtos fabricados pela família são comercializados na própria cerâmica e na feira de artesanato, todos os finais de semana, no Centro da cidade. “Semanalmente, recebemos dois ou três ônibus de turistas. Vendemos para o Estado de São Paulo todo.”

Desde 1972 no mercado de cerâmica, a família Corrêa já teve oportunidade de exportar seus produtos para o Japão. “Entre 96 e 2001 exportamos para o Japão. Com a alta do dólar, a exportação tornou-se impossível.”

Para manter as peças sempre atualizadas, Norberto Corrêa viaja duas vezes por semana. “Eu vou em busca daquilo que o mercado exige. Nós criamos nossos modelos e buscamos novos produtos que dão vida às peças, como as pinturas texturizadas que deram nova forma aos objetos.”

As revistas de decoração são outros instrumentos de pesquisas utilizados pelos artesãos. “Pesquisamos para oferecer ao mercado aquilo que as pessoas procuram.”

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Passo a Passo

• A argila chega bruta na cerâmica e passa pelo primeiro processo para ser umidecida.

• Úmida, ela é passada no cilindro para eliminar as pedras que possam comprometer o trabalho artesanal.

• Do cilindro, ela passa por um processo para retirada do ar.

• No setor de modelagem, a argila é transformada em peças.

• O processo de secagem natural dura uma semana e só então a peça vai para o forno.

• No forno de lenha, as peças ficam quatro dias e só então podem ser vendidas, na forma básica, sem pintura.