20 de dezembro de 2025
Regional

Garça fabrica 16 tipos de farinha de mandioca

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 2 min

A fábrica de farinhas Deusa, de Garça, produz mensalmente em torno de 400 toneladas de farinha de mandioca. Para isso consome um milhão de quilos da raiz, explica o coordenador de produção da empresa, Maurício dos Anjos Ribeiro. “O aproveitamento é de aproximadamente 30% da matéria prima. A mandioca que usamos é a industrial, mais conhecida como mandioca brava.”

Para cada tipo de farinha é usada uma espécie de mandioca. “Existe mandioca de casca preta, a branca, a amarela. A do tipo casca preta é mais difícil de tirar a casca e a massa é mais escura. Ela é utilizada para fazer a farinha temperada.”

A farinha natural é resultante da mandioca branca. “Todas as farinhas são de qualidade. A do tipo biju natural tem que ser feita de mandioca branca. A massa proveniente da mandioca escura foge das características da biju natural”, explica.

De acordo com ele são 16 tipos de farinha de mandioca. “Os mais vendidos são a farinha de biju natural e as farinhas temperadas.”

A matéria-prima usada na fábrica de Garça é adquirida na região, reafirma o gerente. “A aquisição da mandioca é feita num raio de 150 a 200 quilômetros no máximo. Tem até vizinhos que plantam. Nós negociamos com vários proprietários.”

A farinha Deusa, segundo César Rosário é vendida em todo o Estado de São Paulo e Paraná. “Estamos entrando no mercado que abrange o norte de Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Nosso forte é São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.”

O mercado poderá ganhar novo impulso na fábrica de Garça com a certificação, segundo o coordenador de produção. “Estamos batalhando para a implantação do Iso 9000, nosso objetivo é conquistar a certificação até agosto de 2005 e com isso ganhar novos mercados.”

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Curiosidades

De acordo com o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Carlos Estevão Leite Cardoso, um estudo recente revela que quanto maior a renda da população, menor o consumo de farinha de mandioca.

De acordo com ele, as pessoas que recebem acima de R$ 6 mil por mês consomem apenas dois quilos de farinha de mandioca ao ano. Já as pessoas que recebem até R$ 400,00 consomem, em média, 14 quilos de farinha de mandioca ao mês.

Para o pesquisador, a farinha é um bem de necessidade, com baixa elasticidade-renda. Assim, á medida que ocorre a urbanização e o desenvolvimento econômico, o consumo per-capita diminui.

Para o sócio proprietário de uma farinheira em Garça, César Rosário, a falta de hábito é um dos fatores que fazem com que a diferença entre o consumo das regiões Norte e Nordeste sejam tão diferentes da região Sul do País.

“Nas regiões Norte e Nordeste a população substitui o arroz pela farinha. Lá o consumo é de 100 gramas/dia. No Estado de São Paulo de 2 a 3 gramas/dia. Eles comem farinha de mandioca no leite, no angu.”