13 de dezembro de 2025
Regional

Habitação em Botucatu é melhor, diz pesquisa

Ricardo Santana
| Tempo de leitura: 3 min

Botucatu – O município de Botucatu apresenta melhor condição de moradia em comparação com Campinas, Embu, Itapecerica da Serra e Taboão da Serra – municípios da Grande São Paulo – e o bairro do Butantã, em São Paulo. O comparativo entre os municípios mostra que 95,1% dos entrevistados de Botucatu residem em habitações consideradas adequadas, conforme o Inquérito de Saúde no Estado de São Paulo (ISA-SP).

As cidades da Grande São Paulo pesquisadas apresentaram o pior resultado, com apenas 53% dos entrevistados morando em imóveis decentes. No bairro do Butantã, a condição de habitação é satisfatória para 80,8% dos entrevistados. Campinas apresenta 83,4% dos pesquisados em condições de moradia adequadas.

O estudo verificou as condições de casas e apartamentos, observando a presença de rede de água, instalações sanitárias, rede de esgoto e acesso à iluminação elétrica. Além disso, foi analisada nos entornos urbanos a existência de ruas pavimentadas, guias, sarjetas e coleta regular de lixo.

A coordenadora da pesquisa, a médica especialista em saúde pública Luana Carandina, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, ressalta que o estudo colheu dados da infra-estrutura básica das moradias, do bairro, tipos de bens de consumo no domicílio, renda familiar per capita, entre outros componentes.

“Não olhamos luxo, mas medimos as desigualdades sociais pela diferença de acesso aos serviços entre a população pobre, remediada e mais rica”, afirma.

Nessa medição, Botucatu supera os outros municípios estudados por apresentar melhores condições de urbanização da região do entorno das moradias. Na cidade, 90,9% dos imóveis pesquisados estão em locais com adequada infra-estrutura básica.

Em situação oposta está novamente a Grande São Paulo, que apresenta o pior resultado: apenas 46,7% em situação aceitável. O entorno das moradias do bairro do Butantã tem 78,6% de imóveis em local urbanizado. Em Campinas, 74% dos domicílios estão em lugares considerados adequados.

A escolaridade dos entrevistados e dos chefes de cada família também foi estudada, agrupando os pesquisados em faixas de estudo de até 3 anos, de 4 a 7 anos, de 8 a 11 anos e chefes com mais de 12 anos. As cidades pesquisadas na Grande São Paulo apresentam maior incidência de baixa escolaridade com 28,9% dos chefes de família tendo estudado menos de quatro anos.

Nas mesmas cidades, apenas 4,1% têm alta escolaridade. Em Botucatu, 18,3% dos entrevistados residem com chefes de baixa escolaridade, enquanto que 16,2% estudaram mais que 12 anos. O levantamento no bairro do Butantã aponta 15,8% dos “cabeças da família” tendo freqüentado a escola menos do que quatro anos e 24,3% permanecendo nos bancos escolares mais que 12 anos.

A situação de escolaridade dos chefes de família de Campinas situa-se muito próximo aos resultados de Botucatu. Os dados mostram que 18,1% apresentam baixa escolaridade e 18,4% estão no patamar de mais de 12 anos de estudo.

Carandina esclarece que mesmo quando o entrevistado não era o chefe da família sua escolaridade foi levantada. “Muitas vezes, quando o chefe de família apresenta baixa escolaridade, isso se repete com outros membros da família. A baixa escolaridade implica em salários menores, o que obriga outros membros da família a irem trabalhar mais cedo”, conclui.

A pesquisa ISA-SP entrevistou 1.600 habitantes de cada uma das localidades, entre 2001 e 2002. O levantamento foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e envolveu grupos de pesquisa da Unesp de Botucatu, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e a Secretaria de Estado da Saúde.