A referência navy na história da moda teve origem na década de 1840, quando o artista plástico alemão Franz Xaver Winterhalter pintou o jovem príncipe Eduardo com uniforme de marinheiro em branco, segundo informações do livro “Enciclopédia da Moda”, de Georgina O’Hara (Companhia das Letras). Muito usado por meninos na época, o conjunto era composto por calças boca-de-sino, cortadas em forma de sino do joelho até o tornozelo; a gola de marinheiro, feita de tecido pesado em duas camadas; lenço no pescoço; e a palheta, um chapéu de palha com a copa chata e a aba aberta.
Mais tarde a moda marinheiro foi adaptada para meninas e, depois, para adultos. As calças boca-de-sino foram substituídas pelas knickerbockers (calção folgado, franzido abaixo do joelho e preso com um botão ou fivela), shorts ou saias compridas feitas principalmente de algodão ou sarja. Durante as década de 20 e 40, os conjuntos marinheiro para mulheres viraram moda. O visual era composto por saia pregueada, blusa com gola de marinheiro, palheta e capote de marinheiro - um sobretudo de abotoamento simples ou duplo, com comprimento até os quadris.
O azul-marinho e o branco eram as cores tradicionais da moda navy, estilo que se tornou famoso pela estilista francesa Coco Chanel. Em 1920, inspirada nas bocas-de-sino dos marinheiros, ela lançou calças largas para mulheres, chamadas de calças para iatismo. Dois anos depois, as peças foram seguidas por amplos e bem cortados pijamas para praia.
Seguindo a inspiração da moda marinheiro, as bermudas se destacaram entre os anos 30 e 40. De acordo com o livro, nesta época, o arquipélago das Bermudas, balneário popular para férias, não permitia que as mulheres mostrassem as pernas e, desta forma, a peça fez sucesso como traje de verão feminino e masculino.
Outro visual típico do verão é a camisa masculina havaiana. Larga e de cores fortes, ela era estampada com frutas, flores, dançarinas e aves exóticas e foi popularizada nos Estados Unidos na década de 50 por turistas que voltavam do Havaí.
Nesta época, outra traje de verão entrou em cena: a calça capri, que recebeu este nome em homenagem à ilha de Capri, na Itália. Razoavelmente folgada, ela se afunilava até o meio da canela e se tornou um ícone de elegância na época.