Bauru, com seus 351 mil habitantes, não é apenas a terra-natal do tenente-coronel Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro, sede do tradicional Noroeste Esporte Clube, fundado em 1910, e onde Pelé viveu, cresceu e surgiu para o futebol. Trata-se do principal centro econômico, maior município do Centro de São Paulo e um dos principais núcleos de ensino superior do Estado. Indústria metalmecânica e alimentícia, comércio e serviços fortes garantem bons níveis de prosperidade e distribuição de renda, posicionando-o no Índice Paulista de Responsabilidade Social, da Fundação Seade - Sistema Estadual de Análise de Dados, dentre as cidades com taxa elevada de riqueza e indicadores positivos em termos de desenvolvimento humano.
Além de todos esses predicados socioeconômicos, Bauru tem outros diferenciais: a sua localização, praticamente no centro do território bandeirante, e o fato de se constituir em estratégico entroncamento aero-hidro-rodoferroviário. Ou seja, por sua privilegiada situação geográfica e meios de transportes já disponíveis e/ou em implantação, a “Cidade sem Limites” está a um passo de se consolidar como importante pólo logístico. A análise dos modais que a servem possibilita aquilatar com mais clareza as possibilidades.
Os principais acessos terrestres ao município são as rodovias SP-300 (Marechal Cândido Rondon), SP-225/294 (Comandante João Ribeiro de Barros) e SP-280 (Castelo Branco), quase todas já duplicadas. Basicamente, resta construir as segundas pistas nas ligações com Espírito Santo do Turvo e Marília. Bauru dispõe, ainda, de um porto seco, que conta com desvio ferroviário interligado ao Porto de Santos, a ser reestruturado, até o final deste ano pela América Latina Logística (ALL), que o adquiriu, em maio último, à Brasil Ferrovias. O ramal, que estava paralisado, deverá ser reativado, não só em direção ao litoral paulista, como a Corumbá, no Mato Grosso do Sul, caracterizando-se como corredor de exportações. Além disto, a cidade está muito próxima da Hidrovia do Tietê-Paraná, viabilizando economicamente a utilização deste modal eficiente e de baixo custo.
A informação de que, até o final do ano, o município terá um novo aeroporto, localizado na divisa com Arealva, completa a sua moderna e eficaz infra-estrutura de transportes. Outra boa notícia é a de que todos esses avanços abrem excelentes oportunidades de investimentos, em especial na interligação do moderno terminal aéreo com as rodovias, ferrovia, porto seco e hidrovia e na implantação de serviços de armazenagem e áreas para indústrias alfandegadas. “Capital” de uma região de governo com cerca de 600 mil habitantes, Bauru deverá referendar, também como pólo logístico estratégico, a sua condição de “Cidade sem Limites” para o desenvolvimento.
Esta vocação para o progresso, que caracteriza os bauruenses e os habitantes do Interior, foi um dos principais estímulos para que a Fiesp, na presente gestão, deixasse de ser uma federação da avenida Paulista e se transformasse, de fato, numa entidade paulista!
O autor, Paulo Skaf, é presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.