19 de dezembro de 2025
Nacional

Vôo 1907: 61 corpos já foram identificados

Por José Maschio | Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min

Peixoto de Azevedo - A força-tarefa da Aeronáutica e Exército já havia resgatado até o final da tarde de ontem 129 das 154 vítimas do acidente. Dos 87 corpos que chegaram ao Instituto Médido Legal (IML), 61 já foram identificados. Ontem, nove jornalistas fizeram um sobrevôo de 20 minutos na área do acidente a bordo de um helicóptero Super Puma. No trajeto, mal dava para ver rios e igarapés que cortavam a floresta densa.

A mais ou menos três minutos da grande clareira - onde estão o trem de pouso e as asas -, já era possível avistar pedaços de assento nas copas das árvores, algumas com até 40 metros de altura. No total, foram abertas cinco clareiras, uma maior, para pouso de helicópteros, e outras cinco menores, para retirada de destroços e de corpos.

Ao pousar na clareira maior, intensificava-se o mau cheiro. Todos, inclusive os jornalistas, usavam pomada Vick Vaporube nas narinas. O calor e a umidade são intensos. Some-se isso o constante ataque de abelhas. Ontem, chegaram à base aérea da serra do Cachimbo mais 80 homens do Exército, que vão se juntar à equipe de resgate.

Peritos reconheceram, até o final da tarde de ontem, 61 dos 87 corpos que chegaram ao IML. Até onem, 31 corpos já haviam sido retirados do IML para enterro.

O piloto do avião, Décio Chaves Junior, 44 anos, foi enterrado no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, no final da manhã de ontem. Cerca de 300 pessoas acompanharam o funeral. Emocionados, familiares e amigos leram a “prece dos Aviadores”. Dedicada a Nossa Senhora do Loreto, padroeira da categoria, um dos trechos da prece diz: “Em vós depositamos a nossa confiança. Sabemos a quantos perigos se expõe a nossa vida”.

O desembargador João Mariosi, corregedor de Justiça do Distrito Federal, determinou na noite de anteontem que o Legacy envolvido na queda do vôo 1907 da Gol permaneça no Brasil até o término das investigações sobre o acidente. O pedido foi feito por Bernardo Álvares da Silva Campos, marido de Patrícia de Sousa Moreira, morta na queda do Boeing.

Para Campos, a retenção do Legacy garante que os familiares das 154 pessoas mortas serão indenizados ainda que fique decidido que a culpa pela queda é da empresa norte-americana de táxi aéreo dona da aeronave, a ExcelAire. Ela não tem propriedades no Brasil.