Barra Bonita - Uma obra arrojada para abrigar o terminal rodoviário e agregar valor ao turismo da cidade. Com essa intenção, a prefeitura de Barra Bonita (a 68 quilômetros de Bauru) lançou a idéia de construir um novo prédio. O projeto não encontrou eco entre os comerciantes instalados na rodoviária. O ponto de estrangulamento é a localização do novo prédio, na entrada da cidade, longe do comércio e dos turistas, alegam os opositores.
O valor da obra é outro item que não agrada e para o que o prefeito, Mário Donizete Floriano Teixeira, tem uma explicação. “Está orçada em R$ 1,7 milhão, R$ 1,2 milhão virá do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade) e o restante será bancado pelo município, através de um convênio entre os dois órgãos”, informa.
Na opinião dele, construir um novo terminal é criar um novo atrativo. “Não queremos simplesmente uma nova rodoviária, queremos um terminal que seja um atrativo para o turismo”, aponta Teixeira. O projeto, que tem prazo de execução de seis meses, tem a assinatura do arquiteto bauruense Jurandir Bueno Filho e foi inspirado no prédio do posto Rodoserv Star. “Terá linhas modernas, deixando transparecer que a obra é suspensa”, explica.
O terreno escolhido é de propriedade do município e fica na entrada da cidade, após o portal. “Fizemos um estudo e optamos por essa área na confluência de três avenidas: a Pedro Ometto, Narciza Chesine Ometto e João Paulo II, que interligam praticamente toda a cidade. Fica próximo à estação da CPFL”, indica o prefeito.
Quanto à reclamação sobre a possível remoção dos comerciantes, Teixeira afirma que eles podem ficar tranqüilos. “Nós vamos criar oportunidades para que eles optem pelo novo terminal ou permanecerem onde estão, após a reforma. No novo prédio, os espaços comerciais serão ocupados após processo licitatório e eles poderão participar. Eles não vão ficar desamparados”, garante.
Apesar disso, os comerciantes instalados na atual rodoviária ouvidos pela reportagem do JC foram unânimes em discordar da construção de um novo terminal. O proprietário de uma banca de revista, Ronaldo Massucato, está convencido da não-necessidade de outro prédio. “Não há necessidade de outro prédio, porque só tem uma empresa de ônibus. A reforma é viável”, sustenta.
Para ele, a localização do novo prédio torna o comércio inviável. “Se a rodoviária ficar onde está sendo projetada não é viável ter um comércio. O movimento de passageiros é pequeno, menos de 500 passageiros/dia”. Para ele, é preferível ficar no mesmo prédio.
O comerciante Erotides Caversan, proprietário de uma lanchonete na rodoviária, prefere a reforma do que a mudança. Para ele, a mudança vai inviabilizar o comércio dele. “O movimento aqui é maior, lá será menor porque é fora do centro comercial. Por aqui tem quadra de esportes e turistas que chegam de barcos”, justifica.
O mais antigo dos comerciantes instalados na atual rodoviária, o barbeiro Sirilo Borin, é enfático em dizer que é contra a construção de novo prédio. “Eu vivo aqui, minha vida está aqui dentro dessa rodoviária. Se puder, vou participar do processo licitatório, mas eu e a maioria não queremos a mudança. Aqui tem mais gente transitando", afirma.
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Memorial do Tietê
Barra Bonita - O Memorial do Rio Tietê que ocupa a parte superior do shopping de Barra Bonita poderá ser transferido para o prédio da atual rodoviária. “Há a possibilidade de abrigar o memorial que hoje ocupa um lugar acanhado e sem muitas condições”, planeja o prefeito, Mário Donizete Floriano Teixeira.
A intenção é ampliar o espaço organizado pela ONG Mãe Natureza. “Para que possa desenvolver projetos de educação ambiental”, justifica.
Antes de pensar na ocupação do atual prédio da rodoviária, Teixeira quer construir o outro. “As características do imóvel atual não serão alteradas. Ele necessita de uma reforma, foi construído em 1967”, informa.