14 de dezembro de 2025
Regional

Residentes de Botucatu param na 2ª

Davi Venturino
| Tempo de leitura: 3 min

Botucatu - Os médicos residentes do Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu (100 quilômetros de Bauru), devem aderir à greve geral da categoria na próxima segunda-feira. Em comunicado à imprensa, a diretoria clínica do HC afirma que vai adotar providências para garantir o atendimento de urgência e emergência à população. A diretora clínica do HC, professora Sumaia Inaty Smaira, reiterou, no ofício encaminhado para Diretoria Regional de Saúde (DIR 11), o objetivo de adotar soluções que reduzam ao mínimo os problemas que a falta dos médicos residentes possa causar aos usuários dos serviços do hospital. Em comunicado à imprensa, a direção diz ter adotado, em conjunto com a Supervisão do HC, “todas as providências no sentido de garantir, prioritariamente, o atendimento aos pacientes nos casos de urgência e emergência”, durante a paralisação que está programada para começar na próxima segunda-feira. A adesão dos médicos residentes do HC à Greve Nacional dos Médicos Residentes foi decidida em assembléia realizada no último dia 6 pela associação da categoria em Botucatu. A associação representa 324 profissionais em exercício no HC da Faculdade de Medicina da Unesp. Os profissionais reivindicam o reajuste da bolsa sem redução do número de vagas, além de melhores condições de trabalho. A representante da Associação dos Médicos Residentes de Botucatu, Érica Vasques Trench, explica que os residentes só estarão atendendo em esquema de plantão e somente os casos de urgências e emergências. A idéia é atender como nos finais de semana, onde os profissionais ficam em plantões. De acordo com a diretora-substituta da DIR-11 de Botucatu, Maria Terezinha Barrichelo Alves, apesar de 30% dos médicos residentes fazerem o trabalho de atendimento mínimo exigido pela lei durante a greve, o serviço deve ficar prejudicado. “Não dá para mensurar, mas sempre prejudica um pouco porque nós temos um contingente de pessoas que estão atendendo e, de repente, não estão mais”, comenta. A diretora acredita que os ambulatórios serão os mais prejudicados com a greve. “O maior problema é a questão dos ambulatórios de especialidades. Os residentes são alunos de uma especialidade. Então, esses ambulatórios sentem mais com a greve”, acredita. Segundo Alves, setores como Pronto-Socorro (PS) e enfermaria não devem ser atingidos tanto pela greve quanto serão os ambulatórios de especialidades. O motivo, segundo ela, é que tanto o PS quanto a enfermaria contam com médicos contratados que não fazem parte da greve.

Marília

Se em Botucatu os médicos residentes só devem paralisar os trabalhos a partir de segunda-feira, em Marília (100 quilômetros de Bauru) eles estão em greve desde a última quarta-feira. De acordo com o médico Igor Thiago Xavier Interlichi, da Associação dos Residentes de Marília, nem todos os profissionais da categoria aderiram à greve na cidade. “Nós não estamos com 100% de adesão, então têm algumas especialidades que não pararam ainda. Mas nós estamos conversando para parar todo mundo”, disse Interlichi ontem à reportagem. Segundo ele, em Marília são 108 médicos residentes e em torno de 30 a 35 deles devem se revezar no atendimento à população durante o período em que a greve se estender.

“As especialidades pararam todas na questão de cirurgia eletiva e já não está tendo mais atendimento ambulatorial. Os residentes não estão participando e quem está fazendo (o atendimento) são os médicos professores e os assistentes”, conta. O término da greve, segundo ele, depende das negociações que estão sendo feitas pela categoria em São Paulo. “Nós não sabemos até quando vai a paralisação. Nós conversamos com o pessoal de São Paulo, que coordena a movimentação no Estado, e, por enquanto, não teve um avanço significativa nas negociações”, conclui. No dia de ontem, cerca de 30 médicos residentes fizeram uma concentração em frente à Prefeitura de Marília para chamar a atenção da população sobre a questão. Além das faixas, os grevistas usaram nariz de palhaço e fizeram um “apitaço” na via pública. A reivindicação da categoria é o aumento da bolsa que estaria defasada devido à inflação acumulada no período de 2002 até hoje. “Estamos pedindo aumento em relação à inflação de 2002 até agora, que é de 53,7%”, conclui.