Pederneiras - Depois de quase três meses de intensas investigações, o Serviço de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil e a Polícia Militar (PM) de Pederneiras (26 quilômetros de Bauru) prenderam ontem um casal, e um terceiro envolvido, acusados de serem os autores do crime de latrocínio (matar para roubar) contra o professor de educação física de Bauru, Célio Martins, 63 anos, em maio deste ano.
Djalma Francisco Tomé, 22 anos, e sua amásia Naiara Regina Arielo, 19 anos, foram surpreendidos, por volta das 6h de ontem, por policiais militares, nos arredores da rua Mário Oscar Faria, no Núcleo Habitacional Pederneiras C5. Os dois, que estavam em casas separadas mas na mesma via, são acusados de planejarem e premeditarem a morte do professor.
Apesar da maior parte do crime já ter sido esclarecida pelo delegado titular Márcio José Alves e pelos investigadores Diego, Rascachi e Carrasco, dias após o crime ainda faltava confirmar o que motivou o assassinato e determinar o envolvimento de cada acusado. Naiara e Djalma estavam sendo procurados e com mandado de prisão temporária (30 dias) decretado pela Justiça.
A novidade foi a participação de uma terceira pessoa que hoje tem 18 anos. Na época, o terceiro envolvido tinha 17 anos, portanto era menor de idade. Conforme determina o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), seu nome está sendo preservado.
Em depoimento ao delegado Eron Veríssimo Gimenes, que responde pelo expediente da delegacia de Pederneiras, Naiara confessou a participação. Segundo a polícia, ela atraiu professor para o local onde foi ele abordado pelo amásio e o adolescente.
De acordo com Gimenes, eles roubaram a moto do professor, cartão de crédito e R$ 90,00 em dinheiro. “Ela diz que tomou conhecimento pelo amásio que quem matou o professor foi o adolescente. Apesar de confirmar sua participação e a elaboração do plano, Djalma disse que quem matou o professor foi o adolescente.”
Ainda de acordo com Gimenes, o menor confessou os detalhes do crime. “Disse que na morte do professor, ele e Djalma participaram”, detalha o delegado.
Djalma foi encaminhado para a Cadeia Pública de Avaí, enquanto que Naiara foi para a Cadeia Feminina de Cabrália Paulista. Ambos vão aguardar providências da Justiça
O casal está sendo acusado por latrocínio (matar para roubar). O outro acusado foi apresentado à Promotoria Pública de Pederneiras, com pedido de custódia cautelar feito pelo delegado.
Como era menor na época, o terceiro envolvido está sendo acusado pela prática de ato infracional de natureza gravíssima, acrescenta Gimenes. O delegado acrescenta que o caso está esclarecido com as prisões. Ele encaminhará o inquérito policial para o Poder Judiciário, pedindo a prisão preventiva de Djalma e Naiara.
Preparação do crime
O professor Célio Martins morreu com facadas que perfuraram seu tórax e o pescoço.
Em depoimento à polícia civil, Naiara Regina Arielo teria confessado a premeditação do roubo junto com seu amásio Djalma Francisco Tomé. O professor, que conheceu Naiara num pesqueiro em Pederneiras, teria emprestado dinheiro a ela, após alegar estar endividada.
No dia 15 de maio, Naiara marcou um novo encontro com Martins em sua residência em Pederneiras. Tratava-se de uma emboscada já que, ao chegar no local, Martins foi imobilizado por Djalma, que o esperava. Em seguida, o amásio teria levado Naiara, na garupa da motocicleta do professor, até um motel da cidade. Depois, teria retornado sozinho até a residência da amásia.
O corpo do professor foi encontrado dois dias depois em um canavial, próximo ao Bairro 60. A motocicleta da vítima, uma Falcon vermelha, e o seu cartão de crédito foram roubados. Após o crime, o casal teria ficado no motel.
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Rastreamento
O rastreamento dos gastos feitos com o cartão da vítima apontaram compras em Barra Bonita e Macatuba. A Polícia Civil chegou a um motel de Bauru, onde o casal teria se hospedado. “O pagamento foi feito com o cartão. Com a filmagem da segurança, conseguimos imagens nas quais o casal foi reconhecido. Eles estavam com a moto Falcon vermelha”, relatou na ocasião o delegado titular da cidade, Márcio José Alves.