23 de dezembro de 2025
Geral

Diabetes: 370 milhões doentes até 2025

Adriana Fricelli
| Tempo de leitura: 5 min

Existem no mundo 240 milhões de pessoas com diabetes. Caso não sejam tomadas as devidas providências, estima-se que até 2025 este número cresça para 370 milhões. O alerta é da Federação Internacional de Diabetes, cuja sigla em inglês é IDF. A doença é uma das principais responsáveis por cegueira, insuficiência renal e amputação de membros inferiores.

Com o objetivo de educar e prevenir, será realizado de hoje a sábado o 1º Simpósio Multidisciplinar em Diabetes e o 3º Encontro Multidisciplinar em Diabetes, na Universidade do Sagrado Coração (USC).

Voltado para diabéticos, profissionais e estudantes da saúde e demais interessados, o evento tem poucas vagas disponíveis. O simpósio, que conta com apoio do Jornal da Cidade, é uma realização da Associação dos Diabéticos de Bauru (ADB), em parceria com a USC e com a Secretaria Municipal de Saúde. Hoje e amanhã, ainda haverá cursos destinados a médicos e enfermeiros da rede pública de Saúde.

Outro propósito do evento é divulgar novas perspectivas no tratamento do diabetes. Neste sentido, a primeira palestra da programação de amanhã será sobre “Cirurgia bariátrica”. Mas qual a relação entre a cirurgia de redução de estômago e o diabetes? “O assunto foi inclusive capa da revista ‘Veja’, em que médicos associam o desvio do duodeno, feito em reduções do estômago, ao controle do diabetes”, diz o tesoureiro da ADB, engenheiro José Roberto Eleutério de Oliveira, 53 anos.

Diabético há 15 anos, foi justamente a doença que levou Oliveira a procurar a ADB, onde ocupou a função de presidente por duas vezes. “No ano passado comecei a usar insulina. Por mais que você controle, é uma doença progressiva. Mas sob o controle, é possível que fique estacionada por mais tempo”, coloca o tesoureiro.

Prevenção

Crescimento da obesidade, dieta ocidental muito rica em gordura, vida sedentária e estresse. Essas são as principais causas do aumento do número de pessoas com diabetes no mundo, segundo o vice-presidente de Comunicação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o bauruense Walter Minicucci. “Se as pessoas fizerem atividades físicas e não comerem tanto alimento industrializado, a gente não chegará em 370 milhões de diabéticos em 2025”, afirma o endocrinologista.

No Brasil, Minicucci calcula que cerca de 7 a 8 milhões de pessoas tenham diabetes. “Em termos de diálise, ocupamos mais de 50% dos leitos do Brasil. É um custo altíssimo para o governo”, coloca. Por isso que o médico insiste, primeiro, na prevenção e depois no tratamento da doença. “Se você controlar seu diabetes, nunca irá para cadeira de diálise, nunca ficará cego, nunca perderá um dedo no pé”, garante.

Em Bauru, segundo o tesoureiro da Associação dos Diabéticos de Bauru (ADB), não há dados específicos do número de pessoas com diabetes. “A Secretaria Municipal de Saúde fala em três, quatro mil, mas eu chuto que existam 10 mil diabéticos na cidade”, diz.

Segundo ainda Oliveira, 60% das hemodiálises feitas em Bauru são provocadas pela doença e quase 100 % das amputações não traumáticas são decorrentes do diabetes. “O diabetes mata indiretamente. O diabético tem quatro vezes mais chance de desenvolver uma doença cardíaca do que uma pessoa normal”, compara.

Outro dado alarmante indica que metade da população com diabetes tipo 2 não sabe que tem a doença. “A estatística de 1992, quando foi feito o único trabalho de prospecção de diabetes no Brasil, mostrou que cerca de 7% da população adulta brasileira tinha diabetes, e 50% não sabia”, informa Minicucci.

O diabetes tipo 2 costuma ser uma doença silenciosa, geralmente descoberta devido a uma complicação, como perda de visão, enfarto e impotência sexual no caso dos homens. Para evitar isso, o médico recomenda que pessoas obesas, com histórico de diabetes na família, problemas cardiovasculares e acima de 40 anos façam o exame de dosagem de glicemia.

Uma boa notícia é quanto à evolução do tratamento. Nos últimos anos, Minicucci aponta o surgimento de novas insulinas sintéticas, com perfil mais semelhante à produzida pelo corpo humano; aparelhos para medir glicose em casa, canetas para aplicação de insulina e bomba de infusão de insulina.

• Serviço

1.º Simpósio Multidisciplinar em Diabetes e o 3.º Encontro Multidisciplinar em Diabetes serão realizados de hoje a sábado na USC (rua Irmã Arminda, 10-50). Inscrições por R$ 10,00 (estudantes e sócios da ADB) e R$ 20,00 (profissionais e público geral). Mais informações: (14) 3224-2908, 3224-2905 e (14) 2107-7056.

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Diabetes

O que é

O diabetes é uma doença de causa múltipla que ocorre quando há falta de insulina ou ela não atua de forma eficaz, causando um aumento da taxa de glicose no sangue (hiperglicemia). A insulina é produzida pelo pâncreas e é essencial para que o corpo funcione bem e possa utilizar glicose (açúcar) como fonte de energia.

Tipo 1

O diabetes tipo 1 normalmente começa na infância ou adolescência, e se caracteriza por um déficit de insulina, devido à destruição das células beta do pâncreas por processos auto-imunes. Quem padece desse tipo, precisa receber injeções diárias de insulina. Estima-se que de todas as pessoas com diabetes, apenas 10% têm do tipo 1.

Tipo 2

Desenvolve-se freqüentemente em etapas adultas da vida e é muito freqüente à associação com a obesidade. Vários remédios e outras causas podem, contudo, causar este tipo de diabetes. (Fonte: Wikipédia)

Sintomas

Sede intensa

Fome intensa

Cansaço, desânimo

Piora da visão

Perda de peso

Urinar muitas vezes e em grande quantidade

Obesidade

Pressão arterial alta

Impotência sexual

Cicatrização difícil e infecções na pele