20 de dezembro de 2025
Economia & Negócios

Ligação de orelhão atrai pela economia

Por Gabriel Ottoboni | Com Redação
| Tempo de leitura: 3 min

A dona de casa Joselaine Adriana da Silva, 27 anos, não dispensa o uso do telefone público. Embora possua aparelho celular, ela afirma que sempre anda com um cartão telefônico na bolsa. “É bem mais barato utilizar o orelhão para ligar”, comenta. O hábito de Joselaine contrasta com o do representante comercial Luiz Roberto Cotta, que prefere a tecnologia e opta pelo celular. “É mais prático”, defende-se.

Estudo realizado pela Telefônica aponta que chamadas realizadas a partir de um telefone público custam até 20 vezes menos em comparação às tarifas do celular pré-pago. Um crédito do cartão telefônico, que dura dois minutos em uma chamada local para um telefone fixo, custa apenas R$ 0,06. De acordo com a empresa, a mesma ligação realizada a partir de um celular, no plano pré-pago, sairia por R$ 1,36. A duração dos créditos para chamadas de longa distância e celular varia de acordo com o horário e a localidade chamada.

A cada segundo são comercializados cinco cartões telefônicos em todo o Estado de São Paulo, segundo a Telefônica. Desde 2000, já foram feitas mais de 30 bilhões de ligações desta forma, sem considerar as ligações para números gratuitos e chamadas a cobrar. Até o momento, foram vendidos um bilhão de cartões telefônicos em mais de 25 mil pontos de venda. Somente no ano passado, foram 169 milhões.

O Estado possui 250 mil orelhões, dos quais 2.628 estão em Bauru. O coeficiente é de 6,25 aparelhos para cada grupo de mil habitantes. O índice é superior ao de países como Estados Unidos, Japão e México.

Para manter a planta em ordem, a companhia gasta anualmente cerca de R$ 78 milhões, sendo R$ 14 milhões apenas para conserto de telefones depredados por vândalos, que chegam a 25% do total todos os meses. Em todo o País, são mais de um milhão de telefones públicos distribuídos em mais de 5,5 mil municípios.

Direitos

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras de telefonia possuem uma série de obrigações quando o assunto é telefone público. Uma delas é disponibilizar informações claras e precisas sobre como utilizá-los. Devem estar disponíveis, no orelhão, informações sobre os códigos de seleção das prestadoras para que o usuário possa escolher livremente entre elas.

A prestadora é obrigada a divulgar em seu site e em suas lojas de atendimento a relação atualizada dos endereços dos postos de venda de cartões indutivos. Nas localidades que já contam com telefones públicos e linhas residenciais/comerciais, os orelhões deverão estar dispostos de modo que qualquer ponto esteja a menos de 300 metros geodésicos (em linha reta) de um telefone público.

As solicitações de reparo de telefone público poderão ser feitas diretamente à concessionária de telefonia. A Anatel exige que 98% delas sejam atendidas em até oito horas e, em qualquer hipótese, esse prazo nunca poderá ultrapassar 24 horas. No caso de aparelhos localizados em regiões remotas ou de fronteira, a exigência é de que as solicitações sejam atendidas em até cinco dias em 92% dos casos, nunca podendo exceder dez dias.

Estabelecimentos de ensino regular, instituições de saúde, estabelecimentos de segurança pública, bibliotecas e museus públicos, órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e de defesa do consumidor de localidades que já contam com telefones públicos e residenciais/comerciais poderão solicitar a instalação de orelhão em seus prédios - o que deverá ser feito no prazo máximo de até sete dias.

Pessoas com deficiência podem solicitar diretamente, ou por meio de quem as represente, telefone público adaptado. A concessionária deverá atender a solicitação em até sete dias. A Anatel prevê que no mínimo 2% dos orelhões de cada localidade sejam adaptados para cada tipo de deficiência, o que será feito mediante solicitação.