17 de julho de 2025
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Geral

Chuva típica marca Dia de Finados

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 3 min

Como de costume, choveu no dia dedicado aos mortos. A chuva fina, que persistiu durante quase toda a manhã, interferiu no fluxo de pessoas nos cemitérios e na venda de flores e velas, que atingiu pouco mais de 50% do esperado pelos ambulantes.

Quem antecipou a visita ao cemitério para o sábado acertou: não teve que enfrentar a chuva de ontem, em toda a região, especialmente no período da manhã.

No Cemitério da Saudade, onde há mais de 54 mil sepulturas, a movimentação de pessoas no período matutino, que costumeiramente é bem maior, foi aquém do esperado. Menos de 50% dos visitantes tiveram disposição de usar o guarda-chuva e enfrentar a chuva para levar flores aos túmulos. Os poucos que se arriscaram tiveram que “brigar” com a garoa para manter as velas acesas.

Após o meio-dia, quando a chuva deu uma trégua maior, a movimentação aumentou mas, mesmo assim, não chegou a ser nada expressivo, como dos anos anteriores, segundo os administradores dos cemitérios.

Com a freqüência em queda, a venda de velas e flores também não decolou. Até por volta das 13h, a venda de flores tinha chegado a apenas 40% do previsto para o dia. A vendedora Nair Tagire levou 180 vasos de flores naturais e quase 200 vasos de flores artificiais para serem comercializados no Cemitério do Jardim Redentor, mas se decepcionou. “A chuva atrapalhou. Todo ano, nesse horário, teria vendido mais de metade dos produtos”, lamentou.

O fluxo de pessoas nesse cemitério também foi aquém do esperado, informou a administração. O mesmo aconteceu no Cemitério Cristo Rei, onde a encarregada Marina Belíssimo observou: “No ano passado, nesse horário, ‘fervia’ de gente. Acho que a chuva atrapalhou”.

Para a encarregada, até por volta das 13h, somente 60% dos visitantes esperados haviam visitado o local.

‘Esperei a chuva passar’

Marci Rodrigues vai todo ano ao túmulo da família, no Dia de Finados. “Costumo vir no período da manhã, mas a chuva não deixou. Tive que esperar passar a chuva para poder vir.”

O casal Oladir e Nair Antunes Jacobsen nem tem parentes enterrados em Bauru, mas mantém a tradição de ir ao cemitério no Dia de Finados. “Temos amigos enterrados aqui, nossos parentes estão nos cemitérios de Pirajuí, Penápolis e Birigüi.”

Mesmo com chuva, Maria de Fátima dos Santos Lira Martins foi ao Cemitério da Saudade. “Trouxe minha sogra e minha tia, que fazem questão de visitar as sepulturas nesse dia.”

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Os mais visitados

A sepultura de Mara Lúcia Vieira, a menina estrangulada e morta na década de 70 em Bauru; e de Maria Nunes, uma mulher considerada prostituta para época, continuam sendo os mais visitados do Cemitério da Saudade. Flores, velas e placas de agradecimentos por graças alcançadas com a intercessão delas dividem espaço nos túmulos.

Ana Diva Ricci foi ao túmulo de Maria Nunes para agradecer. “No Dia de Finados, venho no túmulo de meu marido e não deixo de passar aqui. Ela ajudou meu filho.”

O túmulo de Deusdete Siqueira, ao lado do cruzeiro, é outro bastante visitado. Sobre ele, há inúmeras imagens de santos quebradas, orações e placas de agradecimentos. No Cemitério do Jardim Redentor, a sepultura do padre Inácio é o mais visitado, especialmente no Dia de Finados.