Embora não seja a técnica mais utilizada, a quimioterapia se tornou uma espécie de sinônimo de tratamento contra o câncer. A expressão designa todo e qualquer procedimento ambulatorial que utilize medicamentos para combater determinada doença (desde uma simples infecção no aparelho digestivo até a aids).
No caso da quimioterapia contra o câncer, drogas que bloqueiam o crescimento celular humano são utilizadas para impedir que o tumor se desenvolva. A técnica é aplicada, principalmente, no tratamento de tumores mais agressivos, uma vez que, nessas situações, o especialista não tem como saber a localização exata do foco da doença.
A quimioterapia contra o câncer foi descoberta graças a um desastre militar ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial. Um grupo de combatentes norte-americanos foi exposto acidentalmente ao gás mostarda, arma química que costuma matar imediatamente suas vítimas.
Os soldados sobreviventes foram encaminhados a hospitais nos Estados Unidos, onde permaneceram em observação. Os médicos perceberam que essas pessoas apresentavam acentuada redução na contagem de leucócitos. Concluíram, então, que as substâncias que compunham o gás poderiam ter efeito similar sobre os tumores.
No início, os especialistas não sabiam ao certo como controlar os efeitos dos medicamentos. O resultado eram os efeitos colaterais terríveis, entre os quais a queda de cabelo talvez seja o mais lembrado.
“Hoje, já sabemos como dosar os remédios de forma a minimizar os danos à saúde do paciente. Além disso, a cada dia que passa, surgem novos medicamentos que controlam a queda de cabelo, as náuseas e as dores”, afirma José Getúlio Martins Segalla, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e diretor de ensino e pesquisa da Fundação Amaral Carvalho, em Jaú.
Ainda assim, ele compara a quimioterapia ao ato de caminhar “no fio da navalha”. “Se o médico ministrar uma dose alta demais, poderá até matar o paciente. Se, por outro lado, a quantidade não for suficiente, o câncer poderá tirar a vida do paciente”, explica.