Mesmo com o frio da noite de ontem, muitos moradores do Jardim Eugênia e arredores foram acompanhar a inauguração da praça Kasato Maru, construída em homenagem ao centenário da imigração japonesa no Brasil. O grupo de taiko do Clube Nipo Brasileiro de Bauru fez o encerramento da solenidade.
Além do prefeito Rodrigo Agostinho, vereadores e secretários, foram chamados para compor o palanque de autoridades o presidente do Nipo, Júlio Kosaka, e o ex-vereador Futaro Sato, autor do projeto de lei que determinou a criação da praça.
O ex-vereador destacou a importância da obra para a comunidade nipônica de Bauru. “Toda cidade com uma colônia japonesa representativa fez a sua praça em comemoração ao centenário. Bauru não poderia ficar sem”, afirma. Para ele, o resultado foi positivo. “A praça está muito bonita, iluminada. A expectativa é de que a colônia faça eventos aqui futuramente”, afirma.
A praça tem área aproximada de 7,2 mil metros quadrados e está localizada na quadra 17 da rua Patagônia, confluência com as ruas Paraguai e Alaska. O projeto da praça foi elaborado por Valcirlei Silva, secretário municipal do Meio Ambiente, na época servidor da Semma.
De acordo com a prefeitura, a planta contempla criação de espaços que possibilitem a realização de eventos, acessibilidade para portadores de necessidades especiais e atividades de recreação para crianças. Já o projeto de iluminação foi elaborado pela Secretaria de Obras.
Duas réplicas de toris, portais que demarcam o terreno considerado sagrado pelos japoneses, foram instaladas na praça. “É um identificador de uma praça oriental. No Japão, eles existem em todos os templos”, explica Júlio Kosaka. Ele observa que a praça já estava concluída, mas a comunidade japonesa preferiu inaugurá-la agora. “Preferimos aguardar e apresentá-la dentro das comemorações do aniversário da cidade”, afirma.
O prefeito Rodrigo Agostinho relatou ao público que acompanhou a solenidade a verdadeira “odisséia” que foi a criação e construção da praça. Nomeado membro da comissão organizadora dos festejos do centenário, Rodrigo era na época secretário municipal do Meio Ambiente.
Ele lembrou que logo após a aprovação do projeto do vereador Futaro Sato, a comissão iniciou a procura do terreno para a instalação da praça. Um dos locais sugeridos foi nas proximidades do Hospital Estadual. Mas a praça ali existente já tinha nome. Em seguida, foi sugerida uma área na avenida Nações Norte. Mas o custo para a adequação do terreno tornou o lugar inviável.
A comissão encontrou uma praça na região da Granja Cecília, mas a comunidade japonesa não concordou, por conta da distância. Foi então que o terreno localizado a algumas quadras da avenida Comendador José da Silva Martha foi indicado e aprovado. “Aqui só tinha lixo, entulho, pés de mamona e um grande buraco. Limpamos tudo. Deixamos apenas um pé de jacarandá do cerrado, que continua por aqui”, relata.
Foi elaborado um projeto e mais de 200 caminhões de terra foram utilizados para tapar a cratera. “Aí começou outra novela. A prefeitura não tinha mais dinheiro para concreto, grama, jardinagem, nada”, lembra Rodrigo. O ano de comemorações do centenário da imigração japonesa terminou e a praça estava pela metade. Eleito prefeito, Rodrigo se comprometeu a finalizar a obra. “Agora, toda vez que eu passo por aqui, está cheio de crianças brincando. Tenho certeza que os moradores irão se apropriar da praça”, diz.
Moradores
Os moradores do Jardim Eugênia participaram da inauguração da praça, na noite de ontem. Eles aprovaram a obra. “Ficou linda. Era obra que fazia muita falta para nós. Nunca vi uma praça como essa”, conta Cleuza Pereira Batista, que há mais de 30 anos mora no bairro.
Adriana Correia, que reside no Jardim Eugênia desde 1982, também elogiou o espaço. “É muito bonita, bem iluminada. As crianças estavam precisando de um lugar como esse”, afirma a moradora.