21 de dezembro de 2025
Geral

JC e Desafio da Sustentabilidade lançam amanhã caderno pioneiro

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 5 min

O Jornal da Cidade lança amanhã, Dia Internacional do Meio Ambiente, mais uma novidade entre suas páginas, o caderno SustentHabilidade. Dentro dele o leitor irá encontrar debates aprofundados sobre desenvolvimento sustentável nas mais diversas esferas da sociedade, além de propostas e experiências bem sucedidas de empresas e instituições que adotaram novas atitudes em prol do meio ambiente.

Mais do que uma discussão teórica sobre a necessidade de mudança de comportamento como única forma de garantir a sobrevivência humana, o suplemento irá apontar caminhos práticos para que cada indivíduo possa iniciar sua pequena – ou grande – revolução particular. A primeira edição circula neste dia 5 em comemoração ao Dia Internacional do Meio Ambiente e abordará os principais conceitos sobre o tema.

Idealizado pelo advogado e geógrafo Klaudio Cóffani, pela juíza de direito Rossana Teresa Curioni Mergulhão, pelo advogado Fábio José de Souza e pelo professor de filosofia Fausi dos Santos, o caderno teve seu embrião gestado durante o “I Fórum das Ações Antrópicas e o Desafio da Sustentabilidade”, realizado no final do ano passado por iniciativa deste grupo para propor ações de sensibilização e enfrentamento do problema. Segundo Rossana, o principal propósito de um projeto como este é fazer com que as pessoas tomem consciência do impacto provocado em cada pequena ação humana e, com isso, assumam sua parcela de responsabilidade na conservação do meio em que vivem e na defesa da dignidade das pessoas à sua volta.

“O grande desafio é conciliar desenvolvimento sócio-econômico e preservação do meio ambiente, tratadas por muitos como questões conflitantes. E acreditamos que isso só será possível a partir de uma mudança de cultura. Por isso, apostamos em um jornal de grande penetração como o JC para poder propagar essa ideia na nossa região”, explica Rossana.

Ambientalista, Klaudio Cóffani destaca que as discussões do caderno estarão voltadas para a transformação da visão cartesiana, reducionista e especialista, que domina universidades, instituições públicas, empresas, governo e a sociedade em geral, construída desde o século 16. “Há ainda uma dificuldade de quem age em entender o seu papel sob um ponto de vista mais global. As pessoas e empresas evitam pensar no impacto sócio ambiental de seus atos.

Tempo e dinheiro

Consideram isso perda de tempo e de dinheiro. Mas várias empresas já estão descobrindo que podem desenvolver um modo de produção mais limpo, com menos desperdício, menos danos ambientais, socialmente mais responsável e mais lucrativo”, pondera. “Para ampliar essa prática, é essencial que as universidades formem profissionais com essa nova visão. Mas, hoje, a gente quase não encontra ninguém com essa formação, ou com essa abordagem”, acrescenta.

Embora reconheça que a modificação significativa no plano de gestão das empresas seja algo complexo e que demande tempo, Cóffani acredita ser este um processo mais do que possível, inadiável. “Não se trata mais de modismo. É algo que exige planejamento e habilidade para ser executado, daí surgiu o nome da ONG e do nosso caderno”, ressalta.

Os custos envolvidos nesta mudança – e a forma como eles são repassados às mercadorias que chegam ao consumidor final - também devem ser considerados. Como se sabe, infelizmente apenas uma pequena parcela da população tinha acesso aos produtos ambientalmente corretos, já que, via de regra, eles continuavam sendo mais caros que os exemplares de mais poluentes. Felizmente isto está mudando. Produtos de baixo impacto estão barateando e se diversificando. E as empresas, vendendo mais.

E, mais do que economizar água, não poluir rios, jogar lixo no lugar devido e fazer reciclagem, a responsabilidade com a sustentabilidade também envolve posturas como consumir menos e optar por produtos que não degradem o meio ambiente. “O Brasil ainda está num momento em que o produto sustentável é vendido com lucro vertical maior para um menor número de consumidores. Mas como já vem ocorrendo em vários outros países, isso está mudando. Se o preço do produto que tem esse apelo diminuir, as pessoas adotam essa preferência na compra, mesmo que seja um pouco mais caro que o comum”, ressalta Klaudio Cóffani.

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Nas escolas

Através do suplemento, os organizadores também pretendem fazer com que o assunto seja inserido com mais ênfase dentro das escolas públicas e privadas de Bauru. Segundo Fausi dos Santos, o grupo tem uma grande preocupação com a formação das pessoas, de todas as idades, sobre o tema e, para isso, a idéia é propor atividades periódicas dentro das instituições de ensino, residências e empresas, usando como material de apoio o próprio suplemento.

“Por isso, ele terá uma linguagem simples e didática. Queremos que este caderno se transforme em um celeiro de ideias aplicáveis no cotidiano, senão não teria sentido fazê-lo. Esperamos que, nas próximas edições, já possamos divulgar os resultados desse relacionamento não só dentro das escolas, mas também nas residências, empresas e instituições. Essa troca é o que mais nos interessa”, conclui.

Todas essas atividades geraram a necessidade do grupo em se estruturar por meio da criação de uma pessoa jurídica sem fins lucrativos, uma ong. O nome dela é “Desafio da Sustenthabilidade” e por meio dela essas ações se tornam mais efetivas, facilitando parcerias estratégicas, inclusão de mais membros, extrapolando as pessoas e englobando as diversas práticas. Um dos fundadores da ONG “Desafio”, Klaudio Cóffani, que também é membro histórico do Instituto Ambiental Vidágua, se orgulha em poder contribuir para agregar mais essa força na defesa da sociobiodiversidade na cidade e região, com foco no desenvolvimento sustentável.