23 de dezembro de 2025
Geral

História é recheada de casos de amor

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 7 min

Assim como nós, pobres mortais, também nos apaixonamos e vivemos o turbilhão de sentimentos que envolve um relacionamento afetivo, artistas famosos e grandes nomes da história mundial também já sentiram o coração bater mais rápido ao encontrar um grande amor. Não poderia ser diferente.

A rainha Cleópatra, por exemplo, era extremamente sedutora e perspicaz. Encantada com as histórias amorosas de Júlio César, ela se embrulhou dentro de um tapete como presente ao amado, quando o líder romano foi ao Egito, por volta do ano de 48 a.C. Já casados, César mandou construir um templo com uma estátua e um jardim para a rainha em Roma, onde moravam. Cleópatra só voltou para seu país de origem, o Egito, quando o marido foi assassinado, após quatro anos de união.

Célebre pela rapidez das suas decisões, o imperador francês Napoleão Bonaparte "perdeu o rebolado" quando conheceu Josefina de Beauharnais, viúva e seis anos mais velha do que ele. Casaram-se em 1796. Muito ciumento, Napoleão não ficava tranquilo quando tinha de deixar a esposa sozinha para ir às batalhas.

Para tentar aplacar as saudades, ele lhe escrevia longas cartas, onde afirmava seu amor com frases inflamadas como "Não sabes que sem ti, sem o teu coração, sem o teu amor, não existe para o teu marido nem felicidade, nem vida?" ou "Longe de ti, as noites são longas, tristes e melancólicas. Junto de ti, desejo que seja sempre noite".

No sertão brasileiro, outro caso de amor fez história. Conhecido como o casal mais unido e temido do cangaço, Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) e Maria Bonita (Maria Gomes de Oliveira) viveram uma paixão desenfreada que os uniu até a morte. Tiveram uma única filha, Expedita Ferreira, nascida em 1932. Responsável, entre outras coisas, por costurar a indumentária dos cangaceiros, Maria Bonita, segundo reza a lenda, teria forte influência sobre Lampião e o impedido de cometer vários atos de crueldade.


Encanto em todo canto

Na Índia, o príncipe persa Shah Jahan construiu o mais famoso monumento em nome do amor do mundo: o palácio Taj Mahal. Antes de conhecer a bela Mumtaz Mahal, Shah Jahan era conhecido por ser muito namorador e possuir um harém com mais de 300 moças.

Entretanto, logo que conheceu sua adorada, por volta de em 1612, casou-se e teve 13 filhos com ela. Quando o 14º herdeiro nasceu, Mumtaz não suportou as dores do parto e morreu. Para abrigar o corpo da amada, o imperador mandou construir um dos mais belos e ricos mausoléus do mundo, que ficou pronto em 1648. Quando morreu, Shah Jahan foi enterrado ao lado da esposa.

No cenário musical, o beatle John Lennon e a artista plástica Yoko Ono ganharam evidência pelo grande amor que viveram na década de 1960. Ela, inclusive, foi acusada de ter sido a principal causa da separação da maior banda da história. Engajado, o casal também protestou, junto, contra a guerra do Vietnã. Durante uma semana, em 1969, eles permaneceram deitados em uma cama numa suíte do hotel Queen Elizabeth, em Montreal.

Já no mundo contemporâneo, vários casais do show business nacional e hollywoodiano são alvos constantes dos holofotes da mídia. Dentre todos eles, certamente um dos que mais se destacam são Brad Pitt e Angelina Jolie, que se conheceram durante as filmagens de um longa metragem em 2005 e, hoje, se dividem entre trabalho, viagens ao redor do mundo e os cuidados com os seis filhos.

Além deles, são queridinhos dos paparazzi os atores Tom Cruise e Katie Holmes, a modelo Carla Bruni e o presidente francês Nicolas Sarkozy, e o jogador David Beckham e sua esposa Victoria. No Brasil, entre os casais mais festejados pelos sites e revistas de celebridades estão Glória Menezes e Tarcísio Meira, Fátima Bernardes e William Bonner, e Angélica e Luciano Huck.


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Cinema, literatura e música celebram paixão entre casais

Como manifestação dos sentimentos e impressões humanas, a arte também conta e canta a paixão entre casais. Seja no cinema, na música ou na literatura, histórias de amor ? reais ou fictícias ? demonstram que a afetividade entre duas pessoas pode ter infinitas nuances, com finais felizes ou até mesmo impossíveis.

Das histórias de amor mais intensas já contadas, a de Romeu e Julieta, certamente, é a maior de todos os tempos. No texto, dois jovens oriundos de famílias rivais se apaixonam. Forçada a casar com outro homem, Julieta simula sua morte com um frasco de elixir e Romeu, ao vê-la desfalecida, decide se envenenar. Ao acordar, a jovem percebe que seu amado está morto e comete suicídio ao beijar seus lábios.

A tragédia, escrita em 1591 por William Shakespeare, comoveu de tal forma o mundo que centenas de anos depois ainda é encenada nos palcos e nas telas de cinema. Até hoje, em Verona, cidade onde viviam os namorados, a "Casa de Julieta" é visitada por turistas apaixonados.

Outra história famosa é a de D. Quixote e Dulcinéia, escrita no século 17 por Miguel de Cervantes. No livro, um dos mais editados e lidos no mundo, o personagem principal nutre um amor platônico pela donzela Dulcinéia Del Toboso, que na verdade é a camponesa Aldonza Lorenzo, vizinha do cavaleiro errante.

Sem companheira e na necessidade de ter alguém a quem ofertar suas almejadas glórias, D. Quixote passa a fazer tudo em nome deste amor fantasiado. Até mesmo enfrentar cerca de quarenta moinhos de vento como se fossem gigantes inimigos, "encomendando-se de todo o coração à sua senhora Dulcinéia" .
Há ainda a lenda celta sobre o encontro de Tristão e Isolda, cuja primeira versão foi escrita por Béroul no século 12, na França; o amor do filósofo Abelardo por sua aluna Heloísa ? uma história real ocorrida em Paris e recontada em verso e prosa por diversos autores. Outra paixão da vida real, a de D. Pedro I e Inês de Castro, se transformou em versos escritos por Luís de Camões no século 14.

Ao apaixonar-se por Inês e negligenciar o casamento com Constança Manuel, o príncipe colou em risco a já débeis relações com o reino de Castela. Ao casar-se com D. Pedro, Inês foi morta a mando do rei D. Afonso IV. Quando o príncipe assumiu o trono, corou sua amada como rainha em uma homenagem póstuma.

Na mitologia grega, casais como Páris e Helena de Tróia e Orfeu e Eurídice também ficaram famosos pelo amor absoluto que sentiam um pelo outro. Já no cinema, Rose DeWitt Bukater e Jack Dawson, que se apaixonaram a bordo do Titanic, fizeram milhões de pessoas chorarem diante da morte do jovem nas águas geladas no Oceano Atlântico.

Da mesma maneira, Sam Wheat e Molly Jensen causaram comoção mundial em "Ghost" (1990), ao viverem um amor além da vida. No filme "Uma linda mulher" (1990), o amor improvável entre uma garota de programa, Vivian Ward, e seu cliente milionário, Edward Lewis, também resgatou a esperança de cada espectador em ter a chance de viver um amor de conto de fadas.

No longa "A lagoa azul" (1980), Emmeline e Richard são duas crianças que sobrevivem a um naufrágio. Sozinhos em uma ilha paradisíaca, eles crescem longe de qualquer outro contato humano, se apaixonam e constituem família. Quando o filho do casal come um fruto venenoso, decidem repetir o ato para não sofrerem ao assistir à possível morte do menino.

Voltando à vida real, que também foi parar nas telonas, outras história emocionante é a de John Nash e Alicia Larde, que inspirou o filme "Uma mente brilhante" (2001). Matemático, Nash formulou um teorema que provou sua genialidade. Poucos anos depois, foi diagnosticado com esquizofrenia e, mesmo assim, ganhou um Prêmio Nobel.

Ex-aluna dele, Alicia enfrentou uma série de dificuldades devido aos distúrbios psicológicos do marido, mas seu apoio foi fundamental para que ele continuasse a trabalhar e realizar pesquisas. O incentivo da mulher fez com que Nash conseguisse superar os efeitos causados pela doença e a ajudasse a cuidar do filho que teve com ela.