Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no Brasil há cerca de 200 mil praticantes do budismo. A região de Marília é onde está a maior colônia de japoneses e descendentes. No País, a religião tem características singulares, uma variedade de sacerdotes e instrutores, diferentemente da existente no Japão.
Não tão difundida na comunidade nipo-brasileira, o budismo não é a religião de preferência dos japoneses e seus descendentes no Brasil. Perde para a igreja católica que abriga a maioria da colônia. Graças a um trabalho de divulgação feito por artistas famosos como Maitê Proença e Ney Matogrosso, a religião criada pelo príncipe Sidarta tem se tornado mais popular no Ocidente, incluindo o Brasil.
O americano Richard Gere, ator principal do filme "Sempre ao seu lado", é um dos maiores divulgadores do budismo. Ele se converteu e se engajou em causas ligadas à paz e à defesa dos animais. A superprodução "O pequeno Buda", de Bernardo Bertolucci, teria sido bancada pelo ator.
Para o presidente da associação de Cafelândia, Iano, certa vez Dalai Lama foi questionado sobre a melhor religião a ser seguida e teria respondido: aquela que aproxima o Ser Humano de Deus. "Ele não citou nem essa nem aquela religião."
Embora tenha nascido na Índia, há mais de 24 séculos, a religião chegou à China e ao Japão. Hoje é a segunda na preferência dos japoneses, fica atrás apenas para o sintoísmo. De acordo com a história, foram os monges chineses que levaram o budismo da China para o Japão. E foram os japoneses que a introduziram no Brasil.
A busca pela libertação do sofrimento tem em Dalai Lama, do Tibete, seu maior representante. Conhecido mundialmente, ele vende milhões de livros com teorias, pensamentos, frases que são simples e ao mesmo tempo difíceis de serem colocadas em prática.
Para ser um budista basta frequentar o templo e seguir os ensinamentos de Buda, frisa o presidente da associação, Massakatu Iano. "Não é difícil ser budista". Para aqueles que buscam evoluir, a religião é uma opção.
Os budistas laicos fazem o voto de praticar cinco preceitos em suas vidas, algo semelhante aos mandamentos bíblicos. Não matar, não roubar, não ter conduta sexual inadequada, não mentir e não intoxicar (não comer alimentos inadequados e nem usar drogas).
O não matar dos budistas vai além e aplica-se não só aos seres humanos, mas a todos os seres sencientes. Em função disso grande parte deles são vegetarianos. A alimentação adequada é adotada especialmente pelos budistas que fazem meditação.
Na busca da perfeição, através do conhecimento, a religião adota seis itens: caridade, moralidade, paciência, perseverança, meditação e sabedoria. Ao praticar essas virtudes, a pessoa elimina a ganância, a raiva, a imoralidade, a confusão mental, estupidez e visões incorretas. O alcance das seis perfeições, acreditam, farão a pessoa atravessar o mar da imortalidade até o Nirvana.