Um trabalho de faculdade prestes a se tornar realidade. O jardim sensorial do abrigo para idosos Vila Vicentina, idealizado pelas alunas do 4.º ano de design do Instituto de Ensino Superior de Bauru (Iesb/Preve) Carla Theodoro Camargo, 24 anos, e Thalita Viviane Oliboni Amigo, 22 anos, ainda não está concluído, mas já não é apenas um sonho.
“No começo, nós só ouvimos que não iria dar certo. Agora, nós temos o projeto em andamento, mas no início o jardim era apenas uma planta feita em uma folha e, mesmo assim, várias empresas acreditaram em nosso potencial e nos ajudaram”, conta Thalita.
O jardim, que em novembro do ano passado era apenas um projeto, está em sua fase final. O que Carla e Thalita precisam é de uma “mãozinha”. Elas estimam ter gasto, até o momento, cerca de R$ 20 mil no projeto e ainda precisam de ajuda. O jardim sensorial está sendo constituído com apoio de mais de 21 empresas que acreditaram na ideia e contribuíram com dinheiro ou materiais. “Agradecemos a todos os patrocinadores por acreditarem que esse projeto sairia do papel, que foram solidários e fizeram as doações pensando no bem-estar do próximo”, ressalta Thalita.
Entre alguns dos itens que ainda faltam para transformar o sonho em realidade estão o piso tátil, os corrimões, placas de sinalização - também com leitura em braile -, patrocínio para pagar parte das pastilhas de vidro e as plantas. “Nós temos o lago, a iluminação e os materiais para a praça, mas será preciso patrocínio para pagar a mão de obra de um eletricista e um pedreiro, para preparar o local onde será instalado o lago e fazer o chão da praça”, explica Thalita.
Além disso, faltam também as plantas e temperos. Serão usadas érica, torrenia, gazania, lírio dos ventos, buxinho, gardênia, tomilho, erva-doce, alecrim, hortelã, salsinha, cebolinha, entre outros.
Um dos objetivos do jardim é levar alegria aos idosos do abrigo, segundo suas idealizadoras, fazendo com que eles saiam dos seus quartos para apreciá-lo e cuidar das flores e horta. Tudo foi planejado, e o jardim deverá ser o mais democrático de Bauru. Totalmente acessível e adaptado para todas as pessoas, incluindo os portadores de deficiência, sendo ela física, auditiva, visual ou mental. “Nosso objetivo é proporcionar sensações de bem- estar e motivar os idosos por meio da jardinagem. E, ao mesmo tempo, melhorar a capacidade motora e funcional, o estado emocional e auto-estima”, complementa Carla.
O local deverá estimular os sentidos: audição, olfato, paladar, tato e visão. As plantas serão as responsáveis por deixar o ambiente agradável aos olhos e estimular o olfato e o tato por meio das texturas e aromas. O som da água deverá estimular a audição e também proporcionar sensações agradáveis. Além disso, as ervas e frutas, que os próprios idosos poderão cuidar, vão estimular o paladar.
Os interessados em ajudar podem entrar em contato com Carla pelo telefone (14) 9748-4042, com Thalita pelo (14) 8166-9116 ou pelo e-mail design.jardimsensorial@hotmail.com.
O projeto
O projeto está localizado atrás da enfermaria do abrigo, por enquanto, com área de 16.40m x 11.20m, com o total de 180m².
No primeiro bloco ficarão os pomares: acerola, jabuticaba, amora e caqui chocolate, que estimularão os sentidos da visão, tato e paladar, pois os visitantes verão as árvores crescerem e poderão pegar as frutas para degustá-las.
No segundo bloco haverá dois jardins elevados a 60 cm de altura, ideal para os idosos e os cadeirantes. Neste bloco serão plantados os diversos tipos de flores e plantas, tais como gardênia, érica e gazânia, que estimularão os sentidos da visão, tato e olfato.
No terceiro e último bloco haverá mais dois jardins elevados, onde ficará a horta com alecrim, cebolinha, hortelã, salsa, erva-doce e tomilho, que estimularão o sentido da visão, tato, olfato e paladar. Nesta área, os internos poderão plantar condimentos para o dia-a-dia.