Salvador - Em seu primeiro dia de férias na Base Naval de Aratu (BA), a 42 km do centro de Salvador, a presidente Dilma Rousseff ficou numa área de mata atlântica, protegida dos curiosos. Somente no final da tarde, por volta das 18h, a presidente e a filha, Paula Rousseff Covolo, foram à praia. Dilma usava um maiô preto sob um vestido verde-escuro, chapéu e óculos escuros.
As férias de 14 dias da presidente Dilma, que começaram ontem, podem custar pelo menos R$ 650 mil aos cofres públicos, o equivalente ao preço de 28 carros populares.
O valor foi contratado na reforma e compra de equipamentos eletrônicos e móveis para a casa que recebe a presidente na base naval de Aratu, litoral baiano.
O local já havia passado por uma reforma avaliada em R$ 800 mil, em 2009, quando hospedou o então presidente Lula. A nova restauração custou ao governo R$ 195.427,40.
A casa recebeu oito TVs de LCD, sete DVDs e um home theater. Foram comprados também R$ 37 mil em cortinas de tecido linho misto e blackouts, mais uma cama com dossel. A compra incluiu ainda espreguiçadeiras (R$ 5.599,00), uma chaise long dupla (R$ 4.212,00), três guarda-sóis (R$ 426,00 cada) e seis frigobares (R$ 4.885,00). Os dados foram levantados pela ONG Contas Abertas.
É tradição no Brasil os presidentes saírem de recesso no final do ano, mas a Constituição não prevê o período de descanso formal.
O forte aparato de segurança alterou a rotina de marinheiros e passageiros que usam o ancoradouro da praia de Inema, ao lado da base, para ir de Salvador às ilhas das baía de Todos os Santos.
A Capitania dos Portos fechou a navegação em frente à base. Boias foram instaladas no mar para demarcar a área fechada à navegação, e uma lancha patrulha permanentemente o local. Um militar em um jet-ski aborda banhistas da praia vizinha e pequenos barcos que entram no perímetro proibido. “O trajeto que botaram para a gente fazer obriga a dar uma volta grande. É perda de tempo e de combustível”, reclama Edson de Jesus, 42 anos, que teve o barco vistoriado duas vezes, anteontem à tarde. “Para a gente, essa visita piorou 100%. Quando o Lula veio foi a mesma coisa.”
Marinheiros relatam que o rigor da Capitania dos Portos aumentou com a presença de Dilma na área.