Pyongyang - Em um cortejo que reuniu dezenas de milhares de pessoas em Pyongyang, a Coreia do Norte iniciou ontem cerimônia de dois dias pela morte do ditador Kim Jong-il. O evento também sinalizou as lideranças que devem acompanhar, ao menos inicialmente, o novo “Comandante Supremo” norte-coreano, Kim Jong-un.
Jong-un, que teria entre 28 e 30 anos, estava ao lado da limusine que levava o caixão com o corpo do seu pai seguido por Jang Song-taek, seu tio e possível regente, e Ri Yong-ho, chefe das Forças Armadas, entre outros líderes militares e partidários.
Especialistas afirmam que a presença na cerimônia de oficiais ligados a Jong-il (morto no dia 17 de infarto) mostra que, na prática, o país está sendo comandado por eles, enquanto o filho do ditador estaria sendo preparado para ocupar a função.
Porém, as informações vindas de um dos regimes mais fechados do mundo são escassas e não é possível ser definitivo sobre a função de cada um nem se Jong-un realmente não dará desde já a última palavra nas decisões.
Muita coisa vai depender de o novo ditador dispor da mesma habilidade de seu pai para controlar as elites. Ao mesmo tempo em que abastecia os líderes norte-coreanos de produtos estrangeiros, Jong-il era capaz de mandar os descontentes para campos de trabalho forçado.
O funeral durou ontem cerca de três horas e percorreu 40 km pelas ruas de Pyongyang, mas nem Jong-un nem as demais lideranças participaram de todo o evento, que teve seu início adiado por quatro horas devido às fortes nevascas na capital.
As pessoas que acompanhavam o cortejo transmitiam uma emoção que parecia ser proporcional à proximidade do caixão - quanto mais perto da rua, maior parecia a tristeza. Elas também pareciam mais bem alimentadas que a média da população norte-coreana. Centenas de milhares de pessoas morreram de fome nos 17 anos da ditadura de Jong-il.