19 de dezembro de 2025
Cultura

Pelé e Bauru na telona

Ana Paula Pessoto
| Tempo de leitura: 3 min

Reprodução: “De Edson a Pelé - A Infância do Rei em Bauru”

Pelé com os amigos Raul e Raquel (centro) e sua irmã, Maria Lúcia (dir.), no quintal da casa de seu Lavico, de quem ganhou chuteiras para não jogar mais descalço

A maior lenda do futebol mundial terá sua vida eternizada em mais um filme. Só que neste Bauru terá uma participação importante, pois o longa “Pelé”, que está sendo filmado desde o dia 30 de setembro, no Rio de Janeiro, trará as memórias e os feitos da infância do “Rei do Futebol” em Bauru. “Pelé”, produção de Pelé, Paul Kemsley e Exclusive Media, retratará a ascensão do jogador de futebol para a glória, desde quando era um garoto em Bauru até se tornar o jogador de 17 anos que marcou o gol decisivo da primeira vitória do Brasil, na Copa do Mundo de 1958. De origem pobre e juventude repleta de dificuldades, Pelé superou as desvantagens e inspirou um país que mudou para sempre.

Apesar de mostrar a trajetória de Pelé em Bauru, o longa, ainda sem data de estreia definida, não terá cenas rodadas por aqui, conforme a assessoria de imprensa da produtora. Também ainda não se sabe se haverá participações de bauruenses que conviveram com o “Rei”.

Vincent D’ Onofrio vai atuar como o treinador da equipe brasileira na Copa do Mundo, Feola. E Diego Boneta será José, rival do craque e responsável pelo apelido “Pelé”, quando eles ainda eram crianças. Seu Jorge se junta ao elenco para personificar o pai de Pelé, Dondinho, ao lado de Kevin de Paula, que interpretará Pelé dos 13 aos 17 anos, e de Leonardo Lima Carvalho, que será o pequeno jogador de dez anos.


Mais de dez anos em Bauru

A família Arantes do Nascimento chegou a Bauru em setembro de 1945, quando Pelé (Edson Arantes do Nascimento) tinha apenas 5 anos. Dondinho, seu pai, foi contratado para ser meia-atacante do Lusitana, mais tarde Bauru Atlético Clube (BAC).

A família morou no Hotel da Estação, na avenida Rodrigues Alves, até se mudarem para uma casa alugada na quadra 3 da rua Rubens Arruda. Em Bauru, Pelé deu os primeiros dribles, fez os primeiros gols e ganhou os primeiros prêmios, aplausos e fãs.

Peralta, gostava de pegar frutas nos quintais da vizinhança. E dizem que era comum o menino faltar à aula para “estudar” os campinhos de futebol de Bauru. Pelé, porem, não faltava às missas da igreja Santa Terezinha.

Humilde, Pelé se virava como podia para ganhar uns trocados e ajudar a família. Entregou pastéis feitos pela mãe e vendeu amendoins para a avó, mas foi como engraxate que ganhou o seu primeiro dinheiro.

Já o primeiro par de chuteiras foi dado por um ferroviário da Noroeste e também jogador de futebol, Lavico (Olavo Ferreira da Silva), pai de dois amigos do menino. Como jogava descalço, Pelé ganhou chuteiras de Lavico e, mais tarde, já famoso, retribuiu com exemplares trazidos da Rússia.


Apelido

Edson era chamado de Dico pela família, fase em que via os jogos do pai com o tio Jorge e, no time de Dondinho, havia um goleiro chamado Bilé. Quando jogava no gol com os amiguinhos da mesma idade (5 ou 6 anos), o craque gritava “vai Bilé”. Sem entender direito o que ele dizia, os meninos passaram a chamá-lo de Pelé.

Não faltam lembranças para os que puderam ver o menino reinar nos campinhos de Bauru e em times como Ameriquinha, São Paulinho de Curuçá, Baquinho, Radium... Até chegar ao Noroeste e, aos 16 anos de idade, ser contratado pelo Santos. Assim, em 1956, ele deixou Bauru e conquistou o mundo...


Fonte: Livro “De Edson a Pelé – A infância do Rei em Bauru”, de Luiz Carlos Cordeiro