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Reprodução/Internet |
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Conta foi aberta para pagar prêmio falso da Mega-Sena |
A Polícia Federal desencadeou ontem uma operação em três Estados para desarticular uma quadrilha que fraudou a Caixa Econômica Federal em R$ 73 milhões no fim do ano passado. De acordo com a Polícia Federal, o banco disse que se trata da maior fraude já sofrida em toda a sua história.
Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva, dez mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva (quando o suspeito é obrigado a depor na delegacia) nos Estados de Goiás, do Maranhão e de São Paulo.
Entre os investigados que tiveram a prisão preventiva decretada está um suplente de deputado federal do PMDB do Maranhão, que não teve o nome revelado. Segundo a Polícia Federal, ele adquiriu um avião de pequeno porte há menos de um mês.
Até as 12h de ontem, ninguém havia sido preso.
O esquema
A fraude, de acordo com a Polícia Federal, consistiu na abertura de uma conta-corrente na agência da Caixa em Tocantinópolis (TO), em nome de uma pessoa fictícia, para receber um prêmio falso da Mega-Sena no valor de R$ 73 milhões. O dinheiro foi transferido em seguida para diversas outras contas.
O gerente-geral da agência de Tocantinópolis é suspeito de envolvimento no crime e teve a prisão preventiva decretada.
A conta foi aberta no dia 5 de dezembro, de acordo com o delegado da Polícia Federal Omar Afonso de Ganter Pelow.
Os investigados pela operação devem responder pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público por funcionário do Estado), receptação majorada (de bem público), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas podem chegar a 29 anos de reclusão.
A Caixa já bloqueou as contas e recuperou cerca de 70% do dinheiro desviado.
O agente da Polícia Federal Jorge Apolônio Martins disse que essa foi a quarta vez que o golpe foi aplicado no Brasil.
Em geral, o gerente da Caixa é cooptado pela quadrilha e confirma o recebimento do prêmio, transferindo o valor para uma conta dos fraudadores.
Ferida sem cura
A quadrilha está espalhada pelo Brasil, o que dificulta a investigação, informou a Polícia Federal, que batizou a operação de Éskhara, nome que vem do grego e significa “escara”, uma ferida que nunca se cura.
Policiais federais do Tocantins, de Goiás, do Maranhão e de São Paulo participaram da operação; ao todo, há mais de 65 agentes envolvidos.