23 de dezembro de 2025
Geral

Família alemã festeja o tetra, mas elogia desempenho de argentinos

Cinthia Milanez
| Tempo de leitura: 2 min

Andrea Huppert, 50 anos, é alemã, mas chegou ainda criança ao Brasil. Depois de morar em Curitiba, no Paraná, ela se mudou para Bauru, onde conheceu o marido Caio Vannini, 51 anos.

Eles tiveram dois filhos, Adriano, 20 anos, e Frederico Vannini, 18 anos, que têm dupla cidadania. Durante a disputa de ontem, a família ficou dividida, porque admira o futebol de ambos os países, mas acabou celebrando o resultado.

Quando o JC chegou à residência deles, no início do 1º tempo, apenas o pai estava na sala assistindo ao jogo.

Os filhos e a mãe ouviam música no quarto. “Nossa família é unida pela música, não pelo futebol”, confessa Andrea. É bem isso mesmo, porque se a união dependesse do esporte, só daria brigas.

O filho mais velho torcia para os alemães, o caçula e o pai, para os argentinos. Já a mãe disse que ficaria feliz com qualquer resultado. “Sou alemã, mas tenho muitos amigos argentinos. Respeito e admiro a cultura deles”, explica Andrea.

Parece que a chegada da equipe de reportagem estimulou a família a assistir à disputa. Mãe, pai, filhos e, até mesmo, o cão Django, acompanharam o 1º tempo de forma descontraída. Eles fizeram uma avaliação positiva da Copa do Mundo. Para a mãe, independente do resultado, a alegria era garantida, porque admira ambos os países e o Mundial incentivou a mistura dos povos.

“Os estrangeiros tiveram uma boa impressão dos brasileiros, porque foram recebidos com respeito”, justifica Andrea.


Tensão

Enquanto a família alemã prestigiou o jogo sem preocupações, na casa do argentino Daniel Marino, 49 anos, silêncio completo. Ele decidiu morar em Bauru depois de conhecer a esposa Dóris Nham Marino, 51 anos, com quem teve o filho Augusto, 14 anos. Quando a equipe do JC chegou na casa deles, já no 2º tempo, demoraram para a abrir as portas, porque não conseguiram tirar os olhos da televisão. “Nem quando o filho dele nasceu ele ficou desse jeito”, brinca a esposa. Na residência de Daniel estavam Dóris, Augusto, a sogra Ruth e os amigos Fernando e Cristiane Tagliani. Em respeito ao argentino, todos torciam para os “hermanos”.

Terminado o 2º tempo, Daniel mal conseguia pensar para responder as perguntas do JC. Quando começou a prorrogação, ele apertou as pernas da mulher, falou ao telefone com a família argentina, levantou da cadeira, gritou “vai, Messi” incontáveis vezes e, nos lances em que os argentinos quase chegaram lá, os pelos dos braços ficaram arrepiados. Porém, tudo em vão, porque os alemães marcaram o gol da vitória. “Estou triste, mas, mesmo assim, vou comemorar, porque nós jogamos muito bem e o 2º lugar também é uma boa conquista”, finaliza o torcedor.

 

Fotos/João Rosan

Família alemã comemora o resultado da Copa do Mundo

Família do argentino Daniel Marino apreensiva com o jogo