22 de dezembro de 2025
Regional

Barbearias "sobrevivem" ao tempo

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 2 min

Malavolta Jr

O barbeiro Armando Valério da Silva, 77 anos, faz o cabelo e a barba do amigo Vitório Emílio Vidal, 63 anos, em Pederneiras

A preocupação com a estética remonta a Grécia Antiga. Diz a história que Apolo (Deus da Música) e Ares (Deus da Guerra) foram os precursores. Foi assim que surgiram os salões de beleza exclusivos para a ala masculina e a profissão de barbeiro. À época, o corte de barbas e bigode era feito com a ponta de lança. Os homens ostentavam  cabelos compridos, muitas vezes falsos, segundo historiadores. Os barbeiros completavam os penteados com falsos cabelos.

O costume de raspar a barba foi importado pela Grécia da Macedônia. A barbearia chegou a Roma em 296 a.C e logo se tornou popular. À época, a primeira barba feita de um jovem era considerada um ritual de passagem. Nas antigas culturas, quem pegasse na barba ou cabelo de uma pessoa era severamente punido, sinônimo de atentado à honra.

Historicamente, as barbearias sempre foram consideradas um lugar de encontros sociais. A partir do século XIX surgiu a figura feminina nos salões de barbeiros, tanto no exercício da profissão quanto na clientela. O auge das barbearias no Brasil ocorreu na década de 40.

Nessa época, a barbearia se resumia a um espaço contendo uma cadeira, da Ferrante, feita de ferro fundido, bacia com água, pincel, álcool, espuma, talco, tesoura e navalha. O profissional barbeiro era o sujeito da ação. Enquanto era atendido, o cliente confidenciava segredos, medos e sonhos ao barbeiro.

Recentemente, o glamour da barbearia antiga foi repaginado na região. Jaú (47 quilômetros de Bauru) foi contemplada com uma que serve cerveja artesanal para o cliente enquanto ele é atendido.

Em Pederneiras (26 quilômetros de Bauru), os salões antigos ainda sobrevivem com uma clientela fiel e cada dia menor.  O barbeiro Armando Valério da Silva, 77 anos, é um dos sobreviventes do auge das barbearias. Armando Murari tem 72 anos e foi barbeiro em São Paulo. Depois de aposentado, montou um salão em Pederneiras.

Carlos Alberto Inácio da Costa, 65 anos, tem sua clientela formada principalmente por gente mais antiga que não abre mão de uma barba macia e um bigode bem aparado.

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