| Fotos: Éder Azevedo |
| Hospital Lar Irmã Dulce de Pirajuí |
| Prédio do Juqueri em Franco da Rocha |
De médico e louco todo mundo tem um pouco...diz o ditado popular. Vestimos o jaleco branco todas as vezes que “receitamos” medicamentos para outras pessoas ou nos automedicamos. Somos loucos cada vez que “saimos” do nosso normal. Tudo isso é uma maneira jocosa de dizer que temos um “pezinho” na loucura. Em Pirajuí, o Lar Irmã Dulce acolhe doentes mentais e físicos graves. Alguns deles foram transferidos de Franco da Rocha para lá. Mas loucura mesmo é quando a pessoa perde a conexão com a realidade. Vê coisas que não existem, ouve vozes que ninguém percebe. “A desconexão com a realidade é a única forma real de loucura. O que se traduz como loucura é esquizofrenia”, frisa a médica anestesista e psiquiatra Débora Guida que atende pacientes do Lar Irmã Dulce na Providência de Deus de Pirajuí.
A instituição abriga 240 pacientes que vieram do maior hospital psiquiátrico do Brasil, o Juqueri de Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo que há mais de 10 anos está em processo de desativação, mas que tem vários pacientes internados.
Marco da história da psiquiatria brasileira, o Juqueri foi inaugurado em 1898 e durante sua trajetória serviu para ajudar os doentes mentais, mas ficou famoso por abrigar pessoas que não estavam doentes,mas que representavam, de alguma forma, uma ameaça a política, os presos políticos.
O projeto arquitetônico do hospital de Franco da Rocha foi assinado por nada mais nada menos que Ramos de Azevedo. Foi inaugurado pelo psiquiatra Francisco Franco de Rocha e chegou a ter mais de 14 mil internados, deste total 3.520 eram crianças em 1957/1958. Num único ano de 57 para 58, a população de pacientes aumentou em quase quatro mil pessoas, passando de 7.099 para 11.009.
Chegou a ser comparado a um campo de concentração uma vez que, durante a ditadura, aplicava eletrochoques em pessoas que não eram doentes mentais. Em 1995 um levantamento feito na instituição constatou que dos 1.800 internos, 9% deles tinham condição de alta; 13% eram deficientes físicos/mentais; 21% eram idosos sem doença mental primária; 21% em condições de reinserção social e 36% de doentes mentais em condição de reabilitação.
A psiquiatra do Lar Irmã Dulce constatou que, dos pacientes que vieram do Juqueri, a maioria foi abandonada e que, na verdade, poderiam estar vivendo em sociedade. “Um terço dos nossos pacientes vieram do Juqueri. Se analisarmos as fichas, vamos contatar que a maioria foi abandonada pela família. O hospital de Franco da Rocha virou um depósito de gente. Tinha todo tipo de paciente, até aqueles não tinham absolutamente nenhum problema mental e que eram jogados lá e depois eles não tinham para onde voltar.”
De acordo com a médica, no Lar tem um paciente que veio de lá com deficiência de fala e física, problema em uma perna. “Ele escuta bem. Se tiver deficiência intelectual é mínima. Ele quer uma cadeira motorizada. Poderia estar na família, só que ele não tem a família. Se tem, a família não o quer.”
No Lar de Pirajuí sobram histórias tristes de abandono, comenta a médica. “É uma salada muito grande. Aqui temos mais de 200 pacientes. Tem paciente com doença de pele que torna a aparência dela ruim. A doença do homem elefante que apareceu em um filme anos atrás. Ela não tinha nada de doença mental. Tem 60 anos e 20 de internação em instituição mental. Não é que ela ficou doente mental, mas ficou deprimida, limitada. Não desenvolveu metade das possibilidades que ela poderia ter desenvolvido. São situações que dão pena.”
Prédio do antigo Juqueri é símbolo da história da psiquiatria
O complexo do Juqueri é formado por um hospital geral com 100 leitos e ambulatórios com 28 especialidades médicas, mas o hospício foi desativado. Esse setor funcionou em duas construções anexas ao hospital e em pavilhões e casinhas espalhados por 1.927 hectares.
Construído em 1898 pelo psiquiatra Franco da Rocha como instituição-modelo no tratamento de doenças mentais em colônias agrícolas, o Juqueri é o maior símbolo da história da psiquiatria brasileira. Por ali passaram todas as teorias de estudos da mente. Em seus corredores, foram vistos os primeiros psiquiatras diplomados e os pioneiros da psicanálise do País.
Atualmente, o Juqueri tenta se adequar à filosofia de saúde pública que prega o tratamento de pacientes mentais em lugares menores, com equipes interdisciplinares.
Pacientes vieram em março de 2005
Lar Irmã Dulce de Pirajuí recebeu 120 pacientes por conta da Luta Anti-Manicomial para a desativação do Hospital Juqueri de Franco da Rocha
| Éder Azevedo |
| Sônia Regina de Souza foi internada ainda criança e família não voltou para buscá-la |
Sônia Regina de Souza tem 42 anos e está no Lar Irmã Dulce desde 2005 quando 120 pacientes do Juqueri chegaram na instituição. Ela é uma das mais jovens do grupo que foi transferido de Franco da Rocha para Pirajuí. “Eu era criança quando fui para o Juqueri com minha mãe. Ela ficou lá, na outra ala. Vou buscá-la”, promete.
Pela história de Sônia, contada por ela mesma, que não podemos confirmar, ela foi internada criança no Juqueri e não conhece o mundo além hospital. Das recordações que têm da infância ela lembra que tomava banho de mangueira com água gelada em Franco da Rocha. Na sequência faz um gesto de opressão e diz: tinha choque. “Eles davam choque na gente. Agora tem comida a vontade e banho quente”, afirma sorrindo. Atualmente, a paciente frequenta a terapia ocupacional e faz trabalhos com pintura.
A coordenadora do Lar Irmã Dulce, Milena Formagio, explica que os pacientes do Juqueri chegaram em março de 2005. A maioria eram idosos e uma única paciente jovem. “Eles foram encaminhados pela Secretaria da Saúde do Estado por conta da Luta Anti-Manicomial. Vieram de ônibus e os casos mais graves de ambulância acompanhados por funcionários de lá.”
Todos os pacientes chegaram uniformizados e com etiquetas de identificação nas roupas. Vários deles com mais de 30 anos de hospitalização naquele hospital. “Todos eles com doenças crônicas. São pacientes que perderam a noção da realidade, a orientação espacial e temporal, o domínio sobre as próprias atitudes, com um comportamento fora do que a sociedade exige.”
Formagio enfatiza que o uso de uniforme e identificação nas roupas foi abolida. “Porque massificar se podemos humanizar. Aqui o paciente tem maior autonomia. Cada um tem suas próprias roupas. Aqueles que estão em situação melhor contam com guarda-roupa.”
A coordenadora lembra que o Lar Irmã Dulce começou com 40 pacientes e atualmente tem 240 internos. “Cerca de 120 vieram do Juqueri. Nossa ‘população’ é formada especialmente de pacientes com comprometimentos neurológicos. Maioria deles não tem família e não podem voltar para casa. Alguns não têm documentos. Outros a gente não sabe quem é. Temos história de pacientes que nós batizamos aqui para evitar o ‘fulano de tal’. Trouxemos para cá e demos um nome a ele. Hoje ele é Francisco Rafael em homenagem a São Francisco.”
Francisco Rafael foi atropelado próximo da cidade de Botucatu e teve a caixa craniana lesada. Não fala e não portava documentos na época do acidente. “Nós imaginamos que ele era morador de rua. Hoje ele é completamente dependente. A família não reclamou. O Ministério Público pediu para pesquisar as digitais e não tem registros.”
| Éder Azevedo |
| Iracema Nascimento tem 78 anos e “mora” no hospital há 18 |
Uma sacolinha de herança
Iracema Nascimento tem 78 anos e há 18 “mora” em hospital psiquiátrico. Questionada sobre quanto tempo está no Lar Irmã Dulce, ela responde rapidamente com um: faz tempo. Da vida “normal” ela carrega a vontade de ficar bonita todos os dias. Não dispensa uma presilha no cabelo e pulseiras no pulso. Insiste em mostrar os adornos e “espera” por um elogio.
Anda com a sacolinha pendurada no ombro onde, um hábito adquirido no Juqueri, onde cada paciente andava com os pertences na sacola para não perdê-los. “Na sacola, os pacientes carregam aquilo que eles gostam mais. Quando eles chegaram, tentamos mudar o hábito, mas estava encravado neles e muitos não abandonaram. Na época, alguns comiam com a mão.”
Quero voltar para Franco da Rocha
Dalva de Castro não economiza voz e canta tomando banho de sol no Lar Irmão Dulce. Tem 78 anos e 43 de internação em estabelecimentos de saúde mental. Fala castelhano e reclama que no Lar não tem groselha e explica: “Sou diabética e para ter sangue doce preciso de groselha.”
Carrega a sacolinha contendo calcinha, toalhinha, touca e até tanguinha, brinca. Não cansa de dizer que quer voltar para Franco da Rocha. “É lá que eu quero morar e morrer” . Dispensa o papo com a equipe de reportagem e sai cantando: “Ô seu cabelo não nega mulata...”
| Fotos: Éder Azevedo |
| Dalva de Castro tem 43 anos de internação no hospital |
| O hospital tem 500 toalhas para atender a dois banhos por paciente |
Mil quilos de roupa lavada
O Lar Irmã Dulce tem três máquinas de lavar roupas, centrifugadoras e secadoras para dar conta dos mil quilos de roupas sujas por dia. São 500 toalhas de banho para atender os dois banhos, no mínimo, de cada paciente. Toda essa quantidade é para garantir a higiene pessoal dos internos.
Eletrochoque trata várias doenças mentais
Uso indiscriminado criou o mito contra e era usado como castigo, mas ainda é adotado no tratamento de alguns casos psiquiátricos, mas é aplicada anestesia
| Éder Azevedo |
| Médica psiquiatra Débora Guida do Hospital Lar Irmã Dulce |
A médica anestesista e psiquiatra Débora Guida é enfática em dizer que, por conta do que ocorreu no Juqueri na época da Ditadura Militar, criou se um mito sobre o eletrochoque. “O eletrochoque é considerado o melhor tratamento para várias doenças psiquiátrica. Não para todas, mas para os casos mais graves. Quando a medicação falha ou apresenta efeitos colaterais, quando necessitamos de rapidez. Vemos melhoras nos quadros de pacientes com risco muito iminente de suicídio, com depressão grave.”
Ela explica que, nesses casos, a medicação vai demorar três semanas para agir enquanto que com duas ou três sessões de eletrochoque, o paciente melhora. “É uma melhora rápida. É importante esclarecer que o eletrochoque não é o monstro como a maioria das pessoas colocam. Tem muita confusão a respeito disso.”
O eletrochoque reorganiza as conexões celebrais. Atualmente ele é feito sob anestesia com a presença de um anestesista devidamente autorizado. “O paciente não sente absolutamente nada. Não é mais aquela caricatura que a gente tem como se fosse um castigo. Como vimos em filme. É que antigamente, como ouvimos falar, o eletrochoque era usado como um castigo para o paciente. Não tinha anestesia.”
Ela lembra que, antes do eletrochoque, teve na história da psiquiatria muitas experiências com resultados parciais. “Foi chamado de choque hipoglicêmico. Eles aplicavam uma quantidade absurda de insulina no paciente. Acreditavam que a hipoglicemia teria o mesmo papel do choque.”
Hoje a saúde mental é muito mais focada em profilaxia, explica a psiquiatra. “A visão que se tem de saúde mental é prevenção. É evitar certas situações. Evitar que o paciente tenha vários surtos psicóticos. Cada surto que ele tem, para quem tem doença mental, causa mais comprometimentos futuros. Ele vai ficar com sequela posterior. O mesmo acontece com quem usa drogas, ou muito álcool. Depois de um tempo vai ter um comprometimento que não é reversível.”
A doença mental mais grave é a esquizofrenia. “São pacientes que terminam como a maioria desses que estão internados no Lar Irmã Dulce. Paciente bem tratado dificilmente chega a esse estágio. Paciente com depressão refratária que não trata, não volta a ser 100%. Ou mesmo aqueles que fazem tratamento pela metade, abandonam.”
Internação e confinamento asilar
A psiquiatra Débora Guida não é a favor do tratamento extra hospitalar para todos os casos. Ela é da opinião que há casos que somente a internação pode resolver. “Atendo também no Centro de Atenção Psicossial (Caps) - modelo do governo para tratamento psiquiátrico - funciona bem porque tem psicólogo, terapeuta ocupacional, psiquiatra etc. Mas as vezes é bonito no papel. Tem muitos casos que o paciente não tem família interessada em cuidar dele.”
Nessas situações o melhor é a internação, explica a médica. “Quando a família não dá o remédio. Quando o único parente é analfabeto e não consegue entender a medicação. Tenho pacientes que são medicados e que param com a medicação porque o pastor evangélico fala que não é para tratar, porque Deus vai curar. O tratamento fora do hospital é questionável.”
Ela pensa que, em situações semelhante a essas, se o paciente estivesse internado, ele seria melhor cuidado. “Falar que a deshospitalização é tudo não é verdade. Muitas vezes o paciente é muito melhor cuidado num lugar como aqui do que em casa onde ninguém vai trocar a fralda dele. Aqui tem a enfermagem para dar remédio no horário, trocar as fraldas e ajudar a superar os surtos.”
Um Lar para portadores de deficiências graves
O Hospital Lar Irmã Dulce na Providência de Deus é um hospital especializado no acolhimento e atendimento de pessoas portadoras de deficiências graves fora de possibilidade terapêutica (FPT). Fundado em 2000, ele tem capacidade para atender 250 pacientes de ambos os sexos, geriátricos, sem estrutura familiar, acamados, neurológicos e psiquiátricos, com internação de longa permanência. O objetivo principal é acolher, cuidar e favorecer os assistidos no âmbito social-emocional e de saúde, proporcionando a eles um ambiente de afeto, cuidado e bem-estar.
O prédio que abriga o hospital ficou mais de 50 anos abandonado em Pirajuí. Construído por um grupo de médicos para ser uma Santa Casa, a estrutura localizada na região central da cidade não foi finalizada e ficou sem utilidade. O abandono incomodava Frei Francisco Belotti, fundador da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, que passava pelo local sempre que visitava o Lar Dom Bosco na Providência de Deus, comunidade terapêutica para dependentes químicos localizada em Pirajuí.
Nessa época, a Associação havia firmado parceria com a Secretaria de Estado da Saúde para atender pacientes remanescentes do Hospital Psiquiátrico do Juqueri, localizado em Franco da Rocha que estava sendo desativado. Parte desses pacientes estavam abrigados no Lar Santa Catarina na Providência de Deus, em Jaci, e em outras instituições. No entanto, o número de pacientes que precisava de ajuda era muito grande.
Diante dessa necessidade, Frei Francisco procurou a Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Pirajuí para utilizar a estrutura do hospital velho, como era conhecido o prédio na cidade, para instalar uma nova obra. A Irmandade concordou, e deu-se início a uma grande reforma para trazer vida ao então esqueleto de concreto. Os pacientes chegaram aos poucos, em apenas duas alas. Aos poucos, o hospital foi sendo ampliado até abrigar, com conforto, 250 pacientes.
Paciente gosta de cortar cabelo para poder passear
| Éder Azevedo |
| Narcisa Coluci só se comunica por gestos e gosta de cortar o cabelo |
Narcisa Coluci não fala, mas tem a “vaidade” no sangue. Se comunica por gestos e insiste que quer cortar o cabelo, ainda que ele esteja na nuca. A cor dele muda sempre que possível. Segundo a coordenadora da unidade, Narcisa quer mesmo é dar uma volta na rua. “Levamos ela para cortar o cabelo na cabeleireira. É uma maneira dela manter contato com o mundo exterior. Os pacientes que podem sair, cortam o cabelo em uma cabeleireira fora do Lar.”
Outra estratégia adotada pelo Lar para conseguir colocar os pacientes em contato com o mundo exterior é através do telefone. “Considerando que 90% dos nossos pacientes não têm referência familiar, aqueles que têm algum parente, nós mantemos contato para que eles conversem. Conseguimos que eles atendam as ligações, o que é um avanço.”
Os parentes, em sua maioria irmãos e primos, não demonstram interesse. “Nós é que insistimos. Como os internos são idosos, dificilmente há pais e mães. A cada 15 dias os nossos pacientes que têm alguma referência familiar, seja qual for, ligam para esse familiar. Mas isso é um comportamento nosso, uma ação nossa para tentar beneficiar, reaproximar, formar algum tipo de vínculo porque se for depender de alguém que bata aqui, não estou generalizando, a maioria não vem.”
O contato com o familiar faz bem ao paciente. “Eles se sentem valorizados. Sabem o dia de ligar e ficam perguntando. A receptividade não é das melhores, mas ainda assim é válida. Eles falam um pouco, contam alguma coisa e não se sentem abandonados, eu acredito. Tem um que não fala, mas ouve o parente e fica feliz do mesmo jeito.”
Mais de 50% dos internos do Lar Irmã Dulce têm comprometimentos neurológico.
Lar recebe ajuda do Estado e da comunidade
| Éder Azevedo |
| Frei Jessé Rodrigues diz que Secretaria de Saúde ajuda a manter hospital |
O Lar Irmã Dulce é franciscano e segue aquilo que São Francisco ensinou, frisa o frei Jessé Rodrigues. “A vontade do frei Francisco era abraçar aquilo que o mundo rejeita. Iniciamos com a dependência química, mas Deus vem dando esses presentes para nós que são os pacientes da saúde mental. Nosso carisma maior é repetir o abraço de São Francisco de Assis no leproso de hoje que são todas as pessoas que o mundo rejeita. O mundo não quis, estamos aqui para abraçar. Essa é a nossa maior missão.”
No Lar, o frei que está o impulso de ajudar o próximo. “Com os pacientes aprendemos a grandiosidade do amor de Deus. Aprendemos a valorizar mais a vida, o sentido da nossa vocação, que é uma doação que só é completada quando a gente vê o sorriso deles. É o amor incondicional. Tudo faz mais sentido. É muito fácil de viver lá fora, as coisas são mais acessíveis. Hoje entendo melhor esse amor, o quanto a gente é preenchido, quanto é mais feliz com esses pacientes em nossas vidas.”
A sobrevivência do Lar é garantida com verbas da Secretaria de Estado da Saúde e ajuda da comunidade.
“A comunidade nos auxilia com os eventos que realizamos durante o ano. Cooperam com a campanha do lacre que a gente troca por cadeiras de roda e com a doação de óleo usado. A sociedade é envolvida conosco.”