A Vila Nova Esperança surgiu após a fundação da fazenda Val de Palmas, em 1890, graças à iniciativa do coronel José Ferreira Figueiredo. O conjunto habitacional, ao lado do bairro, foi uma consequência do processo de urbanização da cidade. Porém, muita coisa precisa mudar e a saúde é a principal reivindicação do operador de máquinas Vinícius Pereira Vieira, 23 anos, que passou boa parte de sua vida na região.
Segundo ele, é difícil conseguir uma consulta médica no posto de saúde do bairro. “Há muitos idosos e, por conta da demanda, demora muito para que eles consigam ser atendidos”, explica. Essa é a mesma queixa do vendedor Marcelino Rodrigues da Silva, 45 anos, que mora há três décadas na Nova Esperança. “Os funcionários do posto de saúde não falam nem ‘bom dia’ para os pacientes”, acrescenta.
Outra queixa de Marcelino diz respeito às ruas esburacadas, que dificultam a circulação dos veículos. Já o aposentado Pedro Maia, 63 anos, que mora no local há 15, está descrente, porque não acredita que o problema do asfalto seja resolvido em 2016. “Sempre enfrentamos esse tipo de problema no bairro e, até agora, nada de solução. O que me resta é torcer para que algo mude a partir do ano que vem”, observa.
Lazer, limpeza e bons motoristas
Situado na zona oeste de Bauru, o Parque Real é pouco movimentado, se comparado com a correria da região central da cidade. É exatamente essa a queixa da dona de casa Vera Lucia Teodoro Cavalcanti, 63 anos, que almeja, para 2016, uma área de lazer no local. “É muito parado e ninguém se reúne, porque não há sequer uma praça ou academia ao ar livre. Parece que estamos esquecidos”, critica.
Dona Vera também reclama do mato alto, que está presente na maioria dos terrenos do bairro, fato que estimula algumas pessoas a jogar lixo nesses locais. “É uma bola de neve e ninguém aguenta viver em meio à sujeira”, denuncia. Outra reivindicação para 2016 é que os motoristas que trafegam pelas ruas do Parque Real não deixem de respeitar a sinalização de trânsito, conforme observa a balconista Aparecida Rodrigues do Prado, 38 anos.
Segundo a moradora, as crianças brincam nas ruas e ela teme que haja atropelamentos. Além disso, Aparecida afirma que outro problema que assola a região é a falta d’água. “Já fiquei até quatro dias sem nada nas torneiras”, revela. Todavia, há quem não queira mudar nada no bairro, assim como a ajudante geral Maria Cristina Alves da Silva, 56 anos. “É sossegado. Só desejo que continue dessa forma em 2016”, conclui.
À espera da casa própria
Uma rua de terra plana que, mesmo diante da ausência de asfalto e da distância considerável para chegar até um posto de saúde, abriga pessoas de bem com a vida. Essa é a comunidade do Jardim Santa Filomena, composta por 43 barracos. Contudo, em 2016, a situação dessas famílias mudará drasticamente, porque serão contempladas pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Há 20 anos no bairro, a dona de casa Josefa de Fátima Pinheiro, 60 anos, desacredita que a situação venha a mudar em 2016, mas ainda tem uma pontinha de esperança. Segundo ela, a principal demanda dos moradores é o asfalto. “Quando chove, entra muita lama dentro de casa e gastamos muita água para lavar tudo”, revela. Já para sua família, Josefa espera que haja saúde e felicidade.
Ela chegou a se emocionar aos falar dos filhos, já que perdeu um deles vítima de infarto. “Sinto muito a falta dele, mas tenho outros cinco filhos e espero que Deus os proteja”, acrescenta. Esse também é o desejo da vizinha de Josefa, a estudante Ketlyn Vitória Gomes da Costa, 13 anos. Em relação ao bairro onde mora, a adolescente afirma que está contando os dias para se mudar para o apartamento do MCMV. “Fica mais perto da escola e tem asfalto”, justifica.
Não é todo mundo que quer sair de lá. Há 27 anos no local, a dona de casa Maria da Silva, 62 anos, se sente completa. Com as marcas do trabalho pesado da roça, ela não se deixa abater. Dona Maria assume que falta asfalto, posto de saúde e escola em seu bairro, mas reforça que lugar mais sossegado não existe. “Dá para dormir com as janelas e as portas abertas”, diz. Para 2016, ela espera apenas felicidade à sua família e aos moradores do bairro onde vive.
Mais limpeza e segurança
Situado na zona sul de Bauru, o Jardim Estoril pode ser considerado o mais português dos bairros do município. Fundado na década de 70, por iniciativa da família Martha, o lugar logo se tornou uma espécie de pousada dos nobres, a exemplo do balneário de luxo que lhe empresta o nome. Lá, existe um renomado autódromo, onde Ayrton Senna ganhou seu primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1, em 1985, quando ainda corria pela Lotus.
Quem vai depositar todas as suas fichas no bairro em 2016 será a empresária Maria Elizabeth Pires Saraiva, 48 anos. Ela espera que o negócio que está prestes a abrir no local, um empório de bebidas e grãos, prospere. Outro desejo de Maria Elizabeth, que também mora no bairro, é que haja mais limpeza. “Há terrenos abandonados e as árvores são muito antigas. Quando chove, elas vão por água abaixo. Deveria haver mais fiscalização”, pontua.
Já a operadora de supermercados Elizabeth Rodrigues, 41 anos, não vive no Jardim Estoril, mas trabalha em um estabelecimento comercial localizado no coração do bairro. Para 2016, ela almeja mais segurança na região, reivindicação que deveria se estender ao restante da cidade. “Quando saio do trabalho tarde da noite, fico com receio. Não cheguei a ser assaltada, mas alguns colegas de trabalho não tiveram a mesma sorte”, frisa.
Outra reivindicação dos moradores ou frequentadores do Estoril gira em torno da coleta de lixo, conforme aponta o advogado Cristiano Teixeira, 38 anos. Ele mora na região desde 2001 e espera que, em 2016, o serviço seja prestado em horário definido. “Às vezes, o caminhão chega de manhã, outras vezes, à noite. Além disso, é muito difícil que a coleta seja feita aos feriados. Espero que isso mude no ano que vem”, finaliza.
Menos buracos, mais saúde
Bairro com ruas calmas e inclinadas, permeadas por casas de muros baixos e fachadas arredondadas, o Bela Vista é a quarta região mais antiga de Bauru, perdendo para o Centro, a Vila Falcão e a Vila Quaggio, respectivamente. Formado por trabalhadores da ferrovia no início da década de 20, o bairro faz jus ao nome que recebe, porque garante uma visão privilegiada do restante da cidade.
Caminhando pelas ruas do local, estava Ronaldo Felicio, 39 anos, que não se imagina vivendo em outro bairro, mas aponta problemas que estão presentes em todo o município. Para 2016, o morador espera que as vias do Bela Vista não estejam tão esburacadas e a infraestrutura da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) seja melhor. Já para sua família, que também reside no bairro, ele deseja saúde e paz, “porque o resto a gente corre atrás”, rima.
O aposentado Hélio Rodrigues, 70 anos, também só quer o melhor para sua família neste ano que está chegando. Todavia, frisa que não mudaria nada em uma região que proporciona tudo o que precisa. O comerciante Andre Correia da Silva, 55 anos, não pensa da mesma forma. Embora ele viva no Jardim Colina Verde, arrisca a apontar um problema latente do bairro onde abriu sua loja há três anos. E, claro, Silva espera que a solução venha com o novo ano.
O comerciante reclama do abandono da Praça Expedicionários, cuja reforma é prometida há anos, mas o projeto não saiu do papel. “Os moradores que têm a idade mais avançada caem ao passar pela área, por conta da grande quantidade de buracos”, acrescenta. Já para sua família, Silva deseja que 2016 seja tão completo quanto 2015. “Conseguimos trocar o carro, comprar uma televisão nova, reformar a casa e minhas duas filhas estão na universidade”, conta.
Um ‘boom’ no comércio local
O Núcleo Residencial Presidente Ernesto Geisel, na zona leste de Bauru, é o coração do Carnaval da cidade, já que abriga, desde 1991, o Sambódromo Municipal. Na última folia, o local recebeu oito escolas de samba e oito blocos, além de ter reunido mais de 40 mil pessoas em apenas dois dias, um marco histórico, conforme apontou o titular da Secretaria Municipal de Cultura, Elson Reis, em entrevista recente ao JC.
Quem viu o Geisel crescer foi o aposentado Mario Marcio Soares, 70 anos, que vive no local há duas décadas. Ele ainda trabalha como alfaiate em sua residência e não pensa em parar tão cedo. “Muita coisa mudou, principalmente em relação ao comércio, que ficou mais movimentado”, explica. Todavia, Mario deseja que outros itens também evoluam e sua principal reivindicação diz respeito aos terrenos sujos.
Falando em comércio, a lojista Regiane Pinheiro Barbosa de Souza, 35 anos, destaca uma mudança positiva do bairro e espera que, em 2016, isso se mantenha. “Os moradores estão procurando as lojas da região ao invés de grandes estabelecimentos, como os que existem no Centro”, revela. Diante disso, a expectativa de Regiane, que nasceu e foi criada no Geisel, é que o bairro continue crescendo nesse sentido.
O aposentado Silvio Barbosa, 62 anos, destaca a evolução do local quando o assunto é o comércio, mas afirma que a região deixa a desejar na saúde. “Quando vou ao posto de saúde, eles alegam que não têm quadro suficiente de funcionários e tenho de esperar muito tempo para conseguir uma consulta médica. Meu desejo é que, a partir de 2016, o bairro caminhe para melhorar esse serviço tão essencial à comunidade”, opina.
Básico: água e luz
O Jardim Planalto, também localizado na zona sul de Bauru, é um bairro com ruas calmas e moradores receptivos. Contudo, o que incomoda a aposentada Adalgiza Alves da Silva, 69 anos, que vive no local há uma década, é a falta de iluminação nas ruas. “Nunca cheguei a ser assaltada, mas tenho receio de sair à noite”, acrescenta. Inclusive, ela deseja que o problema seja resolvido em 2016.
Essa é a mesma reivindicação da auxiliar de serviços gerais Patrocinia de Cassia Logerfo Ribeiro, 45 anos. Embora ela não more no bairro, ela garante seu ganha-pão, já que trabalha em um minimercado da região há nove anos. “Já reparei que falta segurança, mas não é uma reivindicação exclusiva desse bairro”, diz. Além disso, para 2016, ela também espera que não haja tanta sujeira e buracos espalhados pelas ruas.
Colega de trabalho de Patrocinia, Luis Carlos Myazato, 54 anos, afirma que outra deficiência da região é que, eventualmente, falta água e energia elétrica. Inclusive, por conta do problema, o minimercado já saiu no prejuízo. “Nunca perdemos produtos, mas, no caso da falta de energia, a balança, a máquina de frios e os computadores param de funcionar. Espero que não passemos por essa situação em 2016”, almeja.
Dizendo adeus às ruas de terra
O Jardim Tangarás fica na zona leste de Bauru e começará 2016 com a esperança do asfalto e da implantação de uma escola estadual, às margens da rodovia Bauru-Jaú, que deverá atender aproximadamente 1 mil alunos do 6.º ao 9.º ano do ensino fundamental e do ensino médio. O investimento do governo estadual é de R$ 7,2 milhões. Já em relação ao asfalto, o serviço está previsto para começar no início do ano que vem.
É exatamente essa mudança que o porteiro Antonio Aparecido Marcelino, 59 anos, deseja para seu bairro. “Qualquer chuva, fica difícil de transitar pelas ruas”, pontua. Ele vive na região há 17 anos e não pensa em sair, porque fica “pertinho da cidade e da família”. Quanto aos desejos pessoais, Antonio alega que estabeleceu uma meta para 2016: adquirir a tão sonhada casa própria, que esteja, claro, dentro do bairro que admira.
Já o ceramista Alexandre de Oliveira, 39 anos, mora há 20 no Tangarás. Ele também espera ansiosamente pelo asfalto, assim como seu colega de trabalho José Roberto Costa Lopes, 34 anos, que vive há 28 no local. Além do asfalto e da escola, José gostaria que o bairro abrigasse uma creche e um posto de saúde. “Os moradores têm de ir até o Octávio Rasi ou o Jardim Redentor para ter acesso aos serviços”, pontua.